Círculo de Oração perde sua fundadora
Passou a estar com o Senhor na noite desta quinta-feira, 14/08/2008, a irmã Albertina Barreto, pioneira das Assembléias de Deus em Pernambuco e fundadora dos Círculos de Oração, trabalho que hoje ultrapassou barreiras geográficas e denominacionais e que acontece em quase todas as igrejas pentecostais.
Aos 94 anos, estava enferma, porém muitíssimo lúcida e ainda ativa nos trabalhos. Deixa-nos um legado de dedicação à Obra e uma grande lacuna na Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Pernambuco.
O sepultamento aconteceu hoje, 15/08/2008, por volta do meio-dia, no Cemitério de Santo Amaro, Recife/PE, e apesar da divulgação escassa e do pouco tempo para os preparativos, vimos a presença de muitos irmãos, dirigentes e componentes de círculos de oração, companheiras de trabalho da irmã Albertina, pastores, autoridades civis e uma caravana de João Pessoa/PB.
Leia um breve relato da história dos Círculos de Oração publicado no "Mensageiro da Paz" em 2006, trabalho iniciado em 06 de Março de1942, pela irmão Albertina Barreto na Congregação de Casa Amarela:
O CÍRCULO DE ORAÇÃO
A chave da vitória na vida do crente está na oração. Por isso, o Círculo de Oração, um dos ministérios mais importantes da Assembléia de Deus, é adotado em todas as Assembléia de Deus no Brasil e em outros países, como Estados Unidos, Japão e Argentina. O trabalho fundado pela pernambucana Albertina Bezerra Barreto, 92 anos, é um marco na história das Assembléia de Deus no Brasil.
Convertida aos 13 anos, irmã Albertina não imaginava que através da vida de sua filha o Senhor colocaria em suas mãos um trabalho tão importante. A filha Zuleide nasceu com uma deficiência que a impedia de andar. Durante sete anos, ela recorreu aos melhores médicos em Recife e João Pessoa (PB). A procura de nada adiantava, pois os especialistas davam apenas um diagnóstico: a menina não viveria até os oito anos.
No entanto, o que aqueles médicos não sabiam era que irmã Albertina conhecia o Médico dos médicos, o Senhor Jesus. Durante um culto de domingo, ela foi tocada pelo Espírito Santo a convidar algumas irmãs da igreja para ajudá-la em oração. Sete delas se propuseram a ajudar e o primeiro encontro aconteceu na quinta-feira seguinte. Naquele momento, dia seis de março de 1942, nascia o Círculo de Oração.
O nome foi escolhido a partir de um folheto que a irmã Albertina havia lido onde dizia, ilustrativamente, que a oração era como um círculo nos Céus. "Enquanto orávamos, lembrei-me dessa mensagem e disse: 'Vamos circular os céus com as nossas orações'. E isso aconteceu, não só em Recife, mas em todo o Brasil", alegra-se irmã Albertina.
O trabalho passou a ser conhecido e a cada semana aumentava o número de pessoas na congregação do bairro Casa Amarela. Irmã Albertina conta que, por muitas vezes, não conseguiam terminar o trabalho, tamanha era a alegria e a presença do Senhor naquele lugar. "As reuniões eram tão alegres que começávamos às sete horas da manhã e terminávamos às cinco da tarde. A gente não tinha vontade de sair de dentro da igreja", atesta.
O propósito inicial era fazer uma trabalho de oração buscando a cura da filha Zuleide. Irmã Albertina conta que não imaginava que aquela primeira reunião de oração se transformasse no que é hoje. Ela relembra o que o Senhor lhe falou naquele dia: "Era isso que eu queria que tu fizesses, era isso que exigia de ti.
Porque através de sua filha vou fazer uma grande obra. É tão grande que não imaginas", repete irmã Albertina, reiterando que a menina a qual os médicos sentenciaram que só viveria até os oito anos viveu até os 49. "O meu pensamento era que Jesus ia curar a menina e o trabalho terminaria ali. Mas o Senhor orientou-nos, cumpriu suas promessas e abençoou nossas vidas. E se Deus não tivesse abençoado, e se não fosse da sua vontade, o Círculo de Oração não existiria até hoje", declara.
FRUTOS DA ORAÇÃO
Depois da abertura do trabalho no bairro de Casa Amarela, irmã Albertina e seu esposo, Florismundo Montenegro Barreto (falecido em fevereiro de 1995) foram para João Pessoa. Ali também ela iniciou o trabalho e durante 14 anos foi diretora do Círculo de Oração na capital paraibana, além de ter sido convidada para abrir os trabalhos em Belo Horizonte, Salvador e muitas igrejas no exterior. "Agradeço a Deus por ter me escolhido para ser fundadora do Círculo de Oração. Poderia ter sido qualquer outra pessoa, mas o trabalho é de Deus e Ele tem cumprido suas promessas na minha vida", declara.
Irmã Albertina conta que logo no início do trabalho em João Pessoa, o pastor perguntou se as irmãs do Círculo de Oração poderiam ajudar no sustento de um pastor que estava em Cajazeiras, interior do Estado. Na época, o valor da ajuda seria de 50 mil réis e a igreja daria o restante. As irmãs se comprometeram a arcar com o valor total de 100 mil réis. "Convocamos as irmãs para orar em favor dessa causa.
Deus abençoou de maneira grandiosa e nunca mais faltou dinheiro", assegura ela, lembrando que a oferta do Círculo de Oração do templo-central em Recife é equiparada à do Círculo de Oração em Casa Amarela. "Isso também é resultado de intercessão", afirma.
Depois de 14 anos na Paraíba, voltou a Recife, onde continua à frente do Círculo de Oração em Casa Amarela. Essa segunda fase como dirigente já tem quase 40 anos. Totalmente ativa na obra do Senhor, todas as semanas, às quintas-feiras, ela dirige o trabalho que reúne centenas de pessoas para interceder a Deus.
O segredo de tamanha disposição? Albertina ensina que está em buscar a Deus. "A oração é a principal. O próprio Jesus, que teoricamente não precisaria orar, por ser o Filho de Deus e ter comunhão direta com o Pai, orava e foi quem mais ensinou sobre a oração. As pessoas precisam ter consciência da importância e da necessidade da oração", ensina ela.
Nestes anos todos, são muitos os milagres realizados por Deus, entre eles, o da cura de uma menina cega e paralítica de nascença, e de duas mulheres. Uma foi curada de tuberculose e a outra, que sofria de um grave problema na coluna, já tinha sido submetida a 19 cirurgias e estava desenganada pelos médicos.
Testificando das bênçãos do Senhor, imã Albertina revela a promessa de Deus sobre esse trabalho. "O Senhor disse que meus olhos iriam ver o resultado do trabalho. 'Vou fazer o que tenho prometido, vou curar muitos, batizar muitos'", relembra, destacando que muitas das irmãs que começaram o trabalho com ela já foram recolhidas pelo Senhor. "Hoje, fico vendo as fotos e relembrando daquelas servas que o Senhor levou. Daquele grupo que iniciou, só eu ainda estou aqui. Vejo o cumprimento da Palavra de Deus, da sua fidelidade. Compreendemos que Ele faz como quer e usa quem quer", declara
FONTE: http://campocabedelo.multiply.com/journal
Nenhum comentário:
Postar um comentário