Retire a pedra de tropeço

Retire a pedra de tropeço
Se o teu olho te escandalizar,arranca-o e lança para longe de ti.

sábado, 27 de novembro de 2010

O que é estar vivo e morto?

A condição de mortos perante Deus decorre da pena instituída no alerta divina (certamente morrerás), como resultado do juízo e condenação. A condenação trouxe inimizada e separação, visto que Deus é vida e todos que existem separados d’Ele estão mortos. Em Deus não há trevas nenhuma, pois todos que são trevas estão separados d’Ele. Como não há comunhão entre a Luz e as trevas, claro está que não há comunhão entre Deus (vida) e os homens sob condenação (mortos).
O que é estar 'vivo' e 'morto'?
Como Paulo declarou que Deus justifica aqueles que estão mortos, a resposta para as quatro premissas em pauta só pode estar na frase: “Porque aquele que está morto está justificado do pecado”.
Antes de esclarecemos o mistério acima, devemos verificar no que consiste 'estar morto', e no que consiste 'estar vivo'. 
A bíblia estabelece uma relação entre 'morte' e 'vida'. Da relação verifica-se que é impossível estar vivo para o pecado e vivo para Deus simultaneamente. Não há como o homem assumir as duas condições (posições) simultaneamente diante de Deus. Ou seja, quando o homem está vivo para o pecado, ele está morto para Deus, ou, quando ele está vivo para Deus, está morto para o pecado.
Talvez o leitor pergunte: porque não é possível estar vivo para o pecado e vivo para Deus simultaneamente?
Não é possível por causa das seguintes razões:  
“Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos...” ( Rm 8:34 
Paulo em seu cântico de vitória fez referência à morte de Cristo. Porém, o Cristo que morreu, também ressuscitou dentre os mortos. Da mesma forma que os que crêem se conformam com Cristo na morte (morre com ele), com Ele também ressurgem dentre os mortos  (ou antes).
É instantâneo! Ou seja, aquele que crê em Cristo morre para o pecado e passa a viver para Deus. Da mesma forma que ao desobedecer à determinação divina, Adão passou de imediato à condição de morto para Deus, assim também, aqueles que crêem em Cristo são ressuscitados de imediato com Cristo, e passam a viver para Deus. 
Devemos ter em mente que Deus é Senhor de todos e de todas as coisas. Deus é Senhor de Vivos e de Mortos, pois para ele, todos vivem “Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos ( Lc 20:38 ; 2Tm 4:1 ; Rm 14:9 ).
Estes versículos referem-se a vivos e mortos, ou seja, ele aborda a morte do corpo e imortalidade dos homens. Ex: Lázaro, o mendigo, viveu neste mundo e quando morreu, somente deixou de habitar este tabernáculo terrestre e passou a viver na eternidade ( Lc 16:20 -25). O homem rico, que também morreu, estava morto para Deus enquanto existia neste mundo, e quando morreu (deixou o tabernáculo terrestre) passou a eternidade na condição de morto (separado).
Estas são algumas referências à palavra morte e possíveis  usos que a bíblia contém dos termos ‘morte’ e ‘vida’. 
Porém, quando a bíblia diz: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo...” ( Ef 2:5 ), demonstra que há outro emprego para os termos 'morte' e 'vida'.
Quando o homem está sem Deus no mundo (sem Cristo) ( Ef 2:12 ), está morto para Deus. A condição ‘morte’ do homem é resultado da condenação estabelecida lá no jardim do Éden, em Adão.
Quando Deus disse ao casal que no dia em que comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreriam, foi dada uma determinação ou alerta (não comerás), um tempo (no dia), a certeza de punição (certamente), e o tipo de punição (morrerá): a morte.
Do juízo lá no Éden resultou a condenação da humanidade! Ou seja, “O Juízo veio de uma só ofensa na verdade, para condenação...” ( Rm 5:16 ). Adão e Eva foram criados vivos para Deus, e após a condenação, passaram a condição de mortos perante Deus.
A condição de mortos perante Deus decorre da pena instituída no alerta divina (certamente morrerás), como resultado do juízo e condenação. A condenação trouxe inimizada e separação, visto que Deus é vida e todos que existem separados d’Ele estão mortos. Em Deus não há trevas nenhuma, pois todos que são trevas estão separados d’Ele.
Como não há comunhão entre a Luz e as trevas, claro está que não há comunhão entre Deus (vida) e os homens sob condenação (mortos).
Por ‘estar’ morto perante Deus, todas as obras que o homem realiza nesta condição está maculada pelo pecado. Se fizer boas ou más ações perante os homens, elas não mudam a condição do homem culpado perante Deus, pois as 'boas obras' só são realizáveis em Deus, que às preparou de antemão, para aqueles que crêem em Cristo.
Ao pecar, Adão foi condenado à morte, e todos os homens foram condenados com ele. Como todos morrem, e certo que todos pecaram “...assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” ( Rm 5:12 ).
A vida só é possível em Jesus, pois por meio de Cristo o homem alcança o dom gratuito de Deus, que é a vida eterna. Cristo é o único acesso dos homens a Deus. Se aceitar a Cristo, o homem passa a ser filho da luz, e viverá na luz de Deus (comunhão).
Assim que: morte é resultado da condenação que ocorreu no jardim do Éden, onde todos os homens tornaram pecadores. Vida é resultado da reconciliação dos homens com Deus. O homem é novamente criado em verdadeira justiça e santidade e passa a viver para Deus ( Ef 4:24 ).
Precisaremos deste conceito posteriormente: O velho homem morre, é sepultado, e após, surge um novo homem, criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade ( Ef 4:24 ). 
Com base no que acabamos de ver, percebe-se que, quando o apóstolo Paulo diz que “... estou crucificado com Cristo...”, ele faz referência à morte com Cristo e não a sua morte física.
Quando ele diz que vive (... e vivo ...), expressa uma nova condição perante Deus. Ele não fez referência a sua vida física.
Já na segunda parte do versículo, quando ele diz: “... e a vida que agora vivo na carne...”, esta 'vida' refere-se à vida física.
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” ( Gl 2:20 )
Quando o apóstolo Paulo afirma que já está crucificado com Cristo, ele deixa claro que morreu para o pecado, e que, agora, a sua vida está escondida com Cristo em Deus (Cristo vive em mim). Paulo deixou de viver uma vida de 'sujeição' à lei (farisaísmo), e passou a viver o seu dia-a-dia (na carne) por meio da fé em Jesus.
Só é possível ao homem estar na condição de "vivo em Cristo" após ter sido crucificado e sepultado com Cristo.

“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”
 ( Rm 8:2 

A nova vida que o homem vive em Cristo (vida) não pode ser compartilhada quando se está no pecado (morte), pois o pecado é causa da condenação do homem sem Cristo. A vida que Deus concede ao homem por intermédio da fé em Cristo livra-o da condição anterior: do pecado (causa do juízo e condenação) e da morte (pena).
De sorte que, ao crer em Cristo, o homem torna-se participantes da sua morte, por meio do corpo de Cristo que foi entregue em prol dos pecadores. O velho homem é morto quando crucificado com Cristo (ou, o homem é circuncidado com a circuncisão de Cristo, que é o despojar do corpo da carne) ( Cl 2:11 ), e passa a viver (nova criatura) por meio do Espírito Eterno, por causa da justiça.
Desta maneira, quando o apóstolo demonstra que o cristão esta morto com Cristo para o pecado, é o mesmo que dizer que os cristãos estavam vivos por meio do Espírito Eterno.
“E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça” ( Rm 8:10 );
“Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus” ( Cl 3:3 )

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quando o homem escolhe entrar pela ‘porta larga’?

Seguir pelo caminho de perdição não é conseqüência das decisões em praticar boas ou más ações. Não são as escolhas entre o bem e o mal que coloca o homem no caminho de perdição. Seguir pelo caminho de perdição não depende do comportamento, da moral, da consciência, das virtudes, das boas ações, da religião, da origem, da condição social, etc.
No Sermão do Monte Jesus anunciou à multidão haver duas portas e dois caminhos. Uma das portas dá acesso a um caminho de perdição e a outra porta dá acesso ao caminho de salvação ( Mt 7:13 ).
Cristo é a ‘porta estreita’ e o ‘caminho’ que conduz a vida "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" ( Jo 10:9 ); "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" ( Jo 14:6 ).
A ordem de Jesus é clara: “Entrai pela porta estreita” (V. 13), o que demanda uma decisão por parte do homem. O homem sem Deus não está em uma posição cômoda, pois precisa decidir-se entrar pela porta estreita. Não há outro caminho de salvação.
Só existem dois caminhos e o convite de Jesus é para que o homem entre pela porta estreita. Isto significa que o homem já se encontra no caminho largo que conduz à perdição. Não há duas portas diante do homem, pois ao nascer já entrou por uma delas: a porta larga. O homem sem Deus encontra-se em um caminho que inexoravelmente o conduzirá a perdição. Ele precisa decidir-se pela porta estreita, pois já trilha o caminho de perdição “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado...” ( Jo 3:18 ).
É fato: só existem dois caminhos, e quem não entra por Cristo está no caminho de perdição, destituído de Deus.
A humanidade sem Cristo percorre o caminho de perdição porque entrou pela porta larga. Não há como o homem trilhar o caminho de perdição sem antes entrar pela porta larga “Pois larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz a perdição” ( Mt 7:13 ).
Quando foi que os homens escolheram entrar pela porta larga? Entrar pela porta larga é resultado de uma escolha por parte dos descendentes de Adão? Quem é a porta larga?
Quando Jesus anunciou a Nicodemos a necessidade de nascer de novo, ele estava esclarecendo que, através do nascimento natural (segundo a descendência de Adão), o homem passa a percorrer o caminho de perdição. O nascimento segundo Adão é a porta larga pelo qual todos os homens têm acesso ao caminho de perdição ( 1Co 15:45 ).
O novo nascimento dá acesso ao caminho estreito que é Cristo, o último Adão. O nascimento natural é o modo pelo qual o homem entra pela porta larga, que é Adão. O acesso à porta larga é através do nascimento natural, assim como o novo nascimento é o acesso ao caminho estreito.
Ora, se o nascimento natural é o acesso ao caminho largo, conclui-se que os homens não tiveram como optar entre dois caminhos. Ao nascerem, entraram pela porta larga que deu acesso ao caminho de perdição. Uma vez que o homem gerado segundo Adão, ao nascer, entra pela porta larga, seguir pelo caminho de perdição não é resultado de uma escolha ou de uma decisão por parte dos filhos de Adão. Para entrar pela porta larga, que é Adão, basta nascer.
Seguir pelo caminho de perdição não é conseqüência das decisões em praticar boas ou más ações. Não são as escolhas entre o bem e o mal que coloca o homem no caminho de perdição. Seguir pelo caminho de perdição não depende do comportamento, da moral, da consciência, das virtudes, das boas ações, da religião, da origem, da condição social, etc.
A bíblia demonstra que todos os descendentes de Adão estão destituídos da glória de Deus por causa da desobediência no Éden. Ao pecar, Adão condenou toda a humanidade a seguir um caminho de perdição.
Ao falar do seu nascimento, Davi aponta e reconhece nele a origem da sua condição de pecado: “Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe” ( Sl 51:5 ). Davi e Isaias tinham a consciência de que eram pecadores por causa do primeiro pai da humanidade "Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim" ( Is 43:27 ).
O apóstolo Paulo reitera através das Escrituras que todos os homens pecaram; que não há um justo, nenhum se quer ( Rm 3:10 e 23). A condição de pecado da humanidade é proveniente da ofensa de um só homem que pecou: Adão ( Rm 5:15 ), e os seus descendentes são escravos do pecado.
Durante a existência dos pecadores neste mundo é possível fazerem inúmeras escolhas, porém, não são as escolhas diárias que os faz entrar ou permanecer no caminho de perdição.
Ao ‘entrar’ por Adão (nascer do sangue, vontade do varão e vontade da carne), os homens passam a andar por um caminho de perdição ( Jo 1:12 -13). É como se entrasse por uma rodovia que segue para uma cidade. Ao escolher ir a pé, de charrete, de cavalo, de bicicleta, de moto ou de carro não mudará o resultado final. Independentemente do meio de transporte, ele está no caminho.
Não importa se os homens nascidos de Adão busquem viver uma vida semelhante à de Nicodemos (homem regrado, fariseu, juiz, mestre, judeu) ou uma vida semelhante a da mulher Samaritana (mulher desregrada, comum do povo, samaritana): todos que não nasceram de novo, ou que não tomaram da água que faz saltar para a vida eterna, trilham o caminho de perdição.
As escolhas entre as várias formas de viver neste mundo não determinará e nem influenciará o caminho que o homem passou a trilhar após entrar por Adão (porta larga). Filosofia de vida ou religiosidade pautada pela moral e bons costumes não trará ao homem o reino dos céus.
Escolher entre fazer boas e más ações não mudará o caminho que o homem passou a trilhar após ser gerado segundo Adão.
  • Entrar pela porta larga não é resultado de uma escolha por parte do homem;
  • Tanto a boa ação quanto a má ação que o homem faz só aproveitará ou prejudicará ao próximo e a si mesmo ( Jó 35:8 ; Pv 17:13 );
  • Escolher entre boas e más ações, entre justiças e injustiças não mudará o caminho pelo qual o homem entrou ao nascer de Adão ( Jó 35:6 -7);
Ora, se o melhor dos homens é como um espinho, e o mais reto é como uma sebe de espinhos, conclui-se que ambos: o melhor e o mais reto dos homens  trilham o mesmo caminho, o caminho de perdição. Que se dirá do pior dos homens? "O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão" ( Mq 7:4 ).
É por isso que Isaias nomeia as boas ações dos homens como sendo teias de aranha, trapos de imundície ( Is 59:6 ). Por mais que se esforcem para praticar boas ações, os seus pés trilham o caminho de perdição. Os pés daqueles que não trilham o caminho conhecido por Deus correm para o mal ( Sl 1:6 ), embora desejem e executem boas ações. Não conhecem o caminho de paz. As suas veredas são tortuosas ( Is 59:8 ).
Todas as religiões foram e são concebidas pelos homens e todas elas concentram-se em melhorar as ações de seus seguidores. Todas apregoam que é necessário ao homem fazer boas escolhas, fazer o bem aos seus semelhantes, porém, tais ‘obras’ não podem salvar. Diante do Grande Trono Branco as suas obras não lhes aproveitarão "Eu publicarei a tua justiça, e as tuas obras, que não te aproveitarão" ( Is 57:12 ).
Algumas religiões apregoam o ascetismo pessoal, outras impõem restrições de dias, outras restringem alimentos, outras restringem certos prazeres, outras impõem o moralismo, o legalismo, o formalismo, etc., porém, nenhuma delas pode fazer o homem trilhar o caminho de salvação.
O evangelho de Cristo demonstra que, quem não nascer de novo, ou seja, quem não entrar pela porta estreita, jamais verá a Deus. Não é uma escolha entre dois caminhos, antes é decisão, a de entrar pela porta estreita. Para quem trilha o caminho de morte não há opções, só uma decisão: a de entrar pela porta que é Cristo, nascendo de novo.
Por natureza todos os homens gerados segundo Adão são carnais, pois o que é nascido da carne é carnal. Do mesmo modo, todos que são gerados de Deus (Espírito) são filhos de Deus (espirituais). De onde surgiu o conceito de que o homem não é carnal e nem espiritual? É possível um meio termo? “O que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito, é espírito” ( Jo 3:6 )
Para ser espiritual já não é necessário nascer do Espírito? A capacidade de ser espiritual ou carnal é determinada pelas escolhas dos homens? Não é Deus quem cria os homens espirituais? Fazer ‘boas ações’ transforma o homem carnal em espiritual?
Não aprendemos assim de Cristo, visto que, mesmo sabendo fazer boas ações, todos os que não são nascidos de Deus são maus: "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos..."  ( Lc 11:13 ). Ora, não são as boas ou as más ações que tornam o homem ‘bom’ ou ‘mau’ diante de Deus, antes só é aceito diante de Deus aquele que é gerado de Deus, ou seja, a quem é concedido o Espírito Santo.
Em que posição encontra-se o homem que lhe é possível escolher entre dois caminhos? O homem sem Deus trilha o caminho de perdição ou está em um ‘limbo’? Como escolher entre dois caminhos se o homem encontra-se no caminho de perdição?
O homem nasce pecador ou aprende a pecar durante a sua existência? Um ambiente regrado (por objeções impostas por homens) fará com que o homem deixe o ‘hábito’ de ser pecador? A falta de ‘objeções’ na vida cotidiana leva o homem a ser pecador? O pecado é um hábito? Um homem sem Cristo com boa conduta diante da sociedade está livre do pecado?
Por causa da ofensa de Adão o juízo de Deus foi estabelecido sobre todos os homens para condenação. Ninguém aprende pecar, visto que em pecado e em iniqüidade o homem é concebido.
É certo que no futuro Deus trará todos os homens a juízo por causa de suas obras feitas por meio do corpo, e nisto não há acepção de pessoas. Os salvos serão julgados com relação às suas obras no tribunal de Cristo, e por isso devem viver de modo que não dêem escândalo a judeus, nem gregos e nem a igreja de Deus. Os perdidos também serão julgados com relação as suas obras, só que no Tribunal do Trono Branco e suas boas ações não lhes aproveitarão, pois não foram feitas em Deus. Eles seguirão para a perdição.
É preciso saber divisar bem o propósito do evangelho e as questões relativas ao comportamento dos cristãos. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Ou seja, entrar pela porta estreita, nascer de novo, beber da água que faz jorrar uma fonte para a vida eterna.
Após estar em Cristo (no caminho de salvação) é necessário ter o mesmo pensamento do escritor aos Hebreus: "Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente" ( Hb 13:18 ).
A vontade dos cristãos deve ser o de portar-se de modo honesto em tudo. Ter boa consciência esforçando-se para ser agradável aos homens em tudo é louvável diante de Deus ( 1Co 10:32 -33).



Nenhuma Condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

A humanidade perdeu a liberdade por estar cativa da condição proveniente da punição imposta a ofensa de Adão. Ele não ficou cativo quanto à sua vontade (livre arbítrio), e sim com relação à sua natureza. A natureza do homem passou à condição de escrava do pecado (morto), o que cortou o vínculo do homem com aquele que é a vida.

A Queda 
Após a queda Adão passou a condição de morto para Deus e vivo para o mundo. Esta condição está atrelada à natureza do homem.
Adão foi criado com uma natureza segundo a natureza divina: santo, justo e bom. Diante de Deus Adão era inculpável e irrepreensível. Após a queda Adão perdeu o vínculo (comunhão) com o Autor da vida e tornou-se morto para Deus. Ele passou à condição de culpável, repreensível e condenável diante de Deus.
Esta ‘nova’ condição de Adão é descrita e representada de diversas maneiras pelos escritores da bíblia.
A figura da escravidão é uma maneira simples de representar a condição do homem caído. Em Deus Adão era livre, ou seja, ele estava em uma condição cômoda, não precisava tomar nenhuma decisão. Alienado de Deus passou a ser escravo do pecado e vendeu todos os seus descendentes ao pecado.
A humanidade perdeu a liberdade por estar cativa da condição proveniente da punição imposta a ofensa de Adão. Ele não ficou cativo quanto à sua vontade (livre arbítrio), e sim com relação à sua natureza. A natureza do homem passou à condição de escrava do pecado (morto), o que cortou o vínculo do homem com aquele que é a vida.
O homem era agradável a Deus quando participante da natureza divina. Após a queda esta capacidade se perdeu devido à nova condição do homem: alienado do Criador. Ele passou a servir outro senhor, o pecado. A condição de servo de Deus perdeu-se e todos quantos nascem, nascem mortos para Deus, vivos para o pecado e servindo ao pecado.
Embora o homem tenha desejo de ser livre, ele não dispõe de meios para se salvar. O homem sem Deus não consegue alcançar a vida que tinha antes por intermédio de suas ações, visto que todas elas pertencem por direito ao seu senhor, o pecado. Muitos querem se salvar através de uma religião, boas ações, sacrifícios, bom comportamento, etc. Todas estas coisas são inócuas, uma vez que o homem continua vivo para o mundo e morto para Deus.
É neste ponto que entra a oferta redentora de Deus.

A Redenção: uma necessidade!
A figura da árvore ilustra bem a condição do homem: pelo fruto se conhece a árvore. A árvore boa produz fruto bom e a arvore má, frutos maus. Só é possível produzir frutos bons quando o homem é de novo gerado da semente incorruptível (a palavra de Deus), e daí por diante todos os seus frutos serão bons, pois são produzidos em Deus.
Quem é nascido da carne e do sangue e da vontade do varão sempre produzirá segundo a sua espécie (natureza). As suas obras não são feitas em Deus, visto que não foi plantado por Deus ( Mt 15:13 ), ou seja, nasceu de Adão, da semente corruptível que teve origem na queda. 
Neste aspecto se encaixa a figura da escravidão, visto que é impossível servir a Deus e ao mesmo tempo produzir para o pecado, ou vice-versa: servir ao pecado e produzir para Deus.
Antes de viver para Deus o homem precisa morrer para o pecado e o mundo!
Para o homem submeter a sua velha natureza à morte é preciso ter um encontro com a cruz de Cristo. É preciso morrer para depois ressurgir uma nova criatura gerada pela palavra de Deus (poder).
A necessidade da redenção é dupla: primeiro é preciso morrer para depois tornar-se participante da vida que há em Deus: ser gerado de novo!
Muitos alegam que o homem perdeu a capacidade de crer na mensagem do evangelho, e que essa vontade só é restaurada após a regeneração. Observe que estes esquecem que não há um novo nascimento se antes não houver morte. Como morrer com Cristo se a capacidade de crer, como dizem os monergistas, só é concedida após a regeneração?
Se para morrer com Cristo o homem precisa crer na mensagem do evangelho ( Mt 10:38 ), como é possível crer se tal ‘capacidade’ só contempla os regenerados? Se a fé vem pelo ouvir, como os mortos alcançarão fé se não podem crer sem antes serem regenerados?
O pecado de Adão fez com que a humanidade passasse a existir na condição de mortos para Deus e vivos para o mundo. Para reverter este processo, o homem precisa morrer para o mundo para voltar a ter vida em Deus, o que só é possível quando o homem crê em Cristo, conformando-se com Cristo na sua morte.
É por isso que Jesus disse a Nicodemos: Necessário vos é nascer de novo ( Jo 3:7 ).
O novo nascimento é simples: Quando o homem obedece à verdade do evangelho recebe de Deus poder para ser feito (criado) de novo. É de novo plantado (de uma semente incorruptível). O novo nascimento se dá através da ressurreição de Cristo, pois se o homem foi sepultado na semelhança da sua morte, ressurge à semelhança de Cristo ( 1Pd 1:3 e 22- 23).
É por esse motivo que Paulo é enfático ao dizer que os cristãos já morreram com Cristo "Ora, se já morremos com Cristo..." ( Rm 6:8 ). A certeza da morte com Cristo é que confirma a fé na ressurreição dentre os mortos. Sem crer que já está morto com Cristo, é impossível crer que com Ele ressurgiu.
Após crer em Jesus, o homem passa a estar vivo para Deus e mortos para o pecado ( Rm 6:11 ). Esta condição não era assim antes de ser plantado (sepultado) com Cristo na sua morte: antes estava vivo para o pecado e morto para Deus.
Se o homem quiser livrar-se do pecado precisa ser sepultado com Cristo, ou seja, ser plantado juntamente com ele na sua morte ( Rm 6:4 -5). Após morrer com Cristo o homem terá direito a comparecer perante o Tribunal de Cristo, e estará livre do Trono Branco ( Rm 8:1 ).
É por isso que Paulo diz: “PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito..”, visto que ao ser gerado de novo e na condição de nova criatura, o homem livra-se da condenação em Adão e de comparecer perante o Grande Trono Branco.
Caso houvesse somente uma condenação, Paulo diria: “Portanto, agora não há condenação...”, mas, como o homem foi julgado, condenado e apenado com a morte em Adão, e será apresentado perante o Trono Branco para ser julgado com relação às obras, segue-se que, para os que estão em Cristo, nenhuma condenação há para os que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Se permanecer na mesma condição que veio ao mundo, o homem seguirá para o Grande Trono Branco na condição de condenado à perdição eterna. Neste tribunal somente será analisada as obras do culpado, e, conseqüentemente, não haverá salvação ( Ap 20:15 ). 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Letra e o Espírito



Este artigo é uma resposta a uma critica enviada por e-mail, e os tópicos são apresentados de modo a respondê-la pontualmente, o que nos servirá de lição bíblica de como interpretar o versículo que contém a seguinte frase: "A Letra mata mas o espírito vivifica". Não postamos a crítica para poupar a pessoa que nos enviou o seu posicionamento. 
A Letra mata
Certa feita Jesus afirmou: "As palavras que eu vos disse são espírito e vida" ( Jo 6:63  ). No mesmo diapasão, o apóstolo Paulo reiterou: "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder" ( 1Co 2:4  ).
Já na segunda epístola aos coríntios, o apóstolo Paulo disse que foi Deus quem o fez capaz de ser ministro “... de um novo testamento, não da letra, mas do espírito” ( 2Co 3:6  ).
Porque o apóstolo Paulo foi constituído ministro de um novo testamento? A resposta é clara: “Porque a letra mata e o espírito vivifica" ( 2Co 3:6  ).
Ora, se as palavras ditas por Cristo são ‘espírito e vida’, qual ‘letra’ mata? Se o ‘espírito que vivifica’ é o mesmo que as palavras de Cristo, como é possível a alguém que analisar tais palavras encontrar morte?
É evidente que a ‘letra’ que o apóstolo Paulo faz referência não diz do evangelho de Cristo. As palavras e a pregação do apóstolo Paulo não é o mesmo que a ‘letra’ que mata.
No verso: “Porque a letra mata e o espírito vivifica" ( 2Co 3:6  ), o apóstolo Paulo estava demonstrando aos cristãos de Corinto que ele era ministro de um novo testamento ( 2Co 3:8  ), ou seja, ministro do testamento do Espírito que vivifica "Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante" ( 1Co 15:45),  o que contrasta com o velho testamento, que é o testamento da ‘letra’ “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” ( Gl 3:10  ).
A ‘letra’ é uma referência ‘polida’ que o apóstolo Paulo faz à lei que foi entregue ao povo por Moisés, e que não tinha poder de conceder vida, escrita com tinta em tábuas de pedras ( Gl 3:12  ), pois a própria tinta em pedras especificava os não cumpridores de malditos "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém" ( Dt 27:26  ).
Em seguida o apóstolo Paulo demonstra que os cristãos eram a carta de Cristo ( 2Co 3:3  ), carta esta ministrada pelos apóstolos e escrita com o Espírito do Deus vivo. Ele destaca que os cristãos, na condição de cartas, não foram redigidos com tinta, antes, com o Espírito. Não em tabuas de pedras, mas no coração ( 2Co 3:3  ).
Vale destacar que, com as palavras tinta, tábuas, pedras, coração, etc., o apóstolo Paulo criou uma alegoria para demonstrar que o ministério da lei dada ao povo por intermédio de Moisés era transitório e da morte, uma vez que as letras foram gravadas com tinta em pedras, e não no coração dos homens ( 2Co 3:7 ).
Portanto, o que mata é a letra da lei gravada em pedras, e não a palavra ministrada pelo apóstolo Paulo e por Cristo, pois a palavra de ambos é espírito e vida, pois é gravada no coração daqueles que crêem na palavra anunciada.

O Espírito Vivifica
O que vivifica o homem? As palavras que foram proferidas por Cristo, conforme se depreende de João 6, verso 63. Cristo é o Verbo de Deus, a palavra encarnada, o espírito que concede vida, o último Adão, o espírito vivificante, a semente incorruptível "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" ( 1Pe 1:23  ). 
Cristo é a palavra de Deus revelada aos homens, viva e que permanece para sempre, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente ( Hb 13:8  ).  
Quando deu início ao seu ministério, Jesus anunciou: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração" ( Lc 4:18 ). Jesus foi ungido a evangelizar os necessitados de comunhão com Deus (pobres), e por isto, o Espírito de Deus estava sobre Ele.
Ciente destas considerações, as pregações do apóstolo Paulo sempre tiveram o intuito de apresentar aos homens o Pai e o Filho, respectivamente Espírito e  poder "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder" ( 1Co 2:4 ).
Em suas pregações o apóstolo procurava demonstrar que Deus é o Espírito, e o que realmente importa aos homens "Deus é Espírito, e importa que ..." ( Jo 4:24  ).
O apóstolo dos gentios exaustivamente demonstrou que a lei (que é transitória) não é o meio pelo qual o homem adora a Deus em espírito e em verdade, antes, que só é possível adorar através do poder de Deus, o que o motivava anunciar aos judeus e aos gregos: Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus "Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus" ( 1Co 1:24  ).
Mesmo na lei há testemunho vivo do ministério do espírito, pois Moisés alertou os seus ouvintes que seria levantado um profeta, e que Ele deveria ser ouvido pelos seus compatriotas "O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" ( Dt 18:15  ). Na lei também estava estipulado o que realmente concede vida aos homens: tudo o que procede da boca de Deus "E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem" ( Dt 8:3  ).
Mas, tudo que Deus realizou para que os ouvintes da lei entendessem, não entenderam, ou seja, que na sua palavra há vida, sabedoria e poder. Bastava crerem na palavra que lhes era anunciada, porém, rejeitaram ‘ouvir’ e se propuseram realizá-la “Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo” ( Ex 19:8  ); "E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos" ( Ex 20:19  ).
O povo de Israel rejeitou ouvir o Senhor “... não fale Deus conosco, para que não morramos" ( Ex 20:19  ), e como conseqüência não compreenderam o que Cristo anunciou a toda humanidade.
Quando Ele voltou ao Pai, enviou o Consolador, o Espírito de verdade, que haveria de guiar os seus seguidores em toda a verdade "Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir" ( Jo 16:13  ).
A palavra de Deus foi revelada através dos profetas e personificada no Filho ( Hb 1:1  ), e a função do Espírito Santo é guiar os discípulos de Cristo em toda a verdade.

Revelações


O ESPIRITO SANTO E QUEM NOS DA O ENTENDIMENTO CORRETO ACERCA DAS ESCRITURAS POIS ELE TAMBÉM E O AUTOR DAS ESCRITURAS.EVITANDO QUE NOS VENHAMOS A DISTORCE A PALAVRA PARA NOSSA PERDIÇÃO E CONDENAÇÃO.
O homem so consegue compreender a bíblia, uma vez que o entendimento da palavra é revelado pelo Espírito Santo , pois: ‘A letra mata e o espírito vivifica’, O Espírito Santo vivifica a palavra em nossas vidas nos dando o entendimento correto das escrituras para que obedeçamos a vontade de DEUS expressa na PALAVRA.
O Espírito da verdade NOS GUIA EM TODA A VERDADE. ( 2Pe 1:20  ).
A bíblia é clara quanto à função do Espírito Santo: “Ele vos guiará em toda a verdade” ( Jo 16:13  ).
Porém, levando-se em conta o que dizem, destacamos que:
  1. Desde o Antigo Testamento Deus procurou alcançar o entendimento dos homens ( Dt 8:3  ); Jesus alerta que a compreensão é essencial a salvação ( Mt 13:13  ; Mt 13:23  ); O apóstolo Paulo sempre orou a Deus para que os cristãos compreendessem o amor de Deus ( Ef 3:18  );
  2. Qualquer que compreende a palavra do Senhor está em comunhão com Deus, e qualquer que esteja em comunhão, compreendeu. Não há como desvincular a compreensão da comunhão. E no que consiste a comunhão com Deus? Ser gerado de novo tornando-se uma nova criatura, tornando-se participante da natureza divina, o que é possível somente através do lavar regenerador da palavra, que é semente incorruptível ( 1Pe 1:2  e 1Pe 1:22  e 23 ; 2Pe 1:4  );
  3. Cristo é o pão vivo que desceu do céu e que dá vida aos homens, o que contrasta com o maná no deserto, que todos comeram, mas morreram no deserto. O verdadeiro pão do céu é Cristo, que dá vida aos homens(Jo 6:58); Felizmente não são as profecias que alimentam a alma do homem, antes é Cristo o verdadeiro alimento, o cumprimento das Escrituras;
  4. O que os cristãos entendem acerca das Escrituras não é o mesmo que ‘letra’, pois ‘letra’ refere-se aquilo que o povo de Israel entendia da lei. Para eles, as Escrituras tornaram-se em morte, porque em vez de ‘ouvirem’ e ‘crerem’ n’Aquele que realiza todas as coisas, se propuseram a fazer. Para os cristãos as Escrituras testificam de Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus, portanto, pão vivo que desceu dos céus e que dá vida aos homens;
  5. As opiniões e as práticas que há no mundo não é o que conduz o homem a morte. O que conduz o homem à perdição é o caminho largo que o homem acessou após ter entrado pela porta larga, que é ser gerado de Adão ( Mt 7:13  ). Há inúmeros caminhos, opiniões, práticas, filosofias, etc., porém, nenhum desses caminhos refere-se ao caminho largo que conduz a perdição. Apesar de haver caminhos que ao homem parece direito, ao cabo dá em morte, porque ele começou a trilhar o caminho que leva a perdição desde a madre ( Sl 58:3  ; Sl 51:5  );
  6. O mistério que esteve oculto pelos séculos não depende do serviço ou da fidelidade do homem a Deus; o mistério que foi revelado em Cristo refere-se a igreja, que é a união de dois povos: gentios e judeus ( Ef 2:14  e Ef 3:6  ; Cl 1:24  e Cl 1:26  );
  7. Cristo não veio resgatar os homens de uma existência temporal e da infelicidade; Jesus veio resgatar o que havia se extraviado: todos os homens! ( Rm 3:12  ). É por isso que Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o seu Filho unigênito. Jesus não veio somente conceder uma existência eterna, antes Ele veio compartilhar da Sua natureza com aqueles que crêem, que é vida em abundância, embora o homem compartilhará pela eternidade desta comunhão com o Pai e o Filho ( Jo 17:22  );
  8. Santificação não e o mesmo que arrependimento. É comum entender que arrependimento refere-se a uma mudança de atitude, de comportamento, porém, a palavra grega traduzida por arrependimento refere-se a uma mudança de concepção, de ponto de vista, ou de pensamento. Por exemplo: Qualquer judeu que deixe de acreditar que será salvo por causa da ‘letra’ da lei, ou porque é descendente da carne de Abraão, e crê em Cristo, arrependeu-se, ou seja, mudou de concepção, de pensamento, de ponto de vista. Arrependimento é deixar de pensar como se pensava "E não presumais (pensar), de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão" ( Mt 3:9  );
  9. Como é estar em Cristo? É ser uma nova criatura!  Como é ser uma nova criatura? É estar em Cristo! ( 2Co 5:17  ). É neste sentido que o Espírito vivifica: “As palavras que eu vos disse são espírito e vida” ( Jo 6:63  ), pois Cristo, o último Adão é espírito vivificante. A ação do Espírito Santo não é falar de si mesmo, e sim guiar o homem em toda a verdade, ou seja, a Cristo, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida.
Este verso: “Porque a letra mata e o espírito vivifica”, nem mesmo pode ser atribuída a uma pessoa que lê a bíblia como sendo um livro comum ( 2Co 3:6  ), pois o sentido do texto estaria sendo alterado, uma vez que o apóstolo Paulo ao entregar esta mensagem a Igreja de Corinto estava demonstrando a impossibilidade da Lei (Mosaica) salvar alguém.
A lei apenas mostra ao homem a sua incapacidade de agradar a Deus, dessa forma a ‘letra’, o mesmo que ‘Lei’, mata, ou melhor, mesmo que se busque cumprir rigorosamente a lei, a exemplo de Nicodemos, para Deus o homem continua no mesmo estado que nasceu: morto.
Para cumprir a lei é necessário ao homem ouvir e crer na palavra de Deus “E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos“ ( Ex 20:19 ), e não se propor em realizá-la, como fez o povo de Israel "Veio, pois, Moisés, e contou ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os estatutos; então o povo respondeu a uma voz, e disse: Todas as palavras, que o SENHOR tem falado, faremos" ( Ex 24:3 ).
Dentro do seu contexto, esta linha de 2 Coríntios 3, verso 6 expressa um contraste importante entre a impossibilidade do sistema do Velho Testamento e a suficiência de Cristo para salvar o homem do pecado, condição que a humanidade herdou em Adão.
A "letra" representa o "ministério da morte, gravado com letras em pedras" que foi dado aos israelitas através de Moisés ( 2Co 3:7  e 3:3). O “Espírito” representa a nova aliança de Cristo, revelada através do Espírito Santo e escrita em nossos corações ( 2Co 3:3 - 8).
O apóstolo Paulo procurou demonstrar que, mesmo que o homem conseguisse cumprir/guardar toda a letra (613 leis, mais os 10 Mandamentos), não alcançaria a salvação, ou seja, para Deus ele ainda estaria morto por ser filho de Adão, ou seja, por não ter sido gerado de Deus.
É salutar que se entenda que, em Adão, toda a humanidade nasce (é gerada) destituída da gloria de Deus ( Rm 3:23  ), e que para restabelecer a comunhão com Deus ( Jo 17:22  ), a exemplo de Nicodemos, é necessário nascer (ser gerado) de novo, da Água (palavra) e do Espírito (Deus).
Ao ouvir e aceitar o evangelho de Cristo rejeita-se qualquer outra doutrina (arrependimento). Quando se crê na mensagem anunciada o velho homem “morre” com Cristo e é sepultado, ou seja, o homem é batizado na morte de Cristo, no verdadeiro e único batismo para salvação ( Ef 4:5  ), cumprindo a lei de Deus: “A alma que pecar, essa morrerá” ( Ez 18:4  ).
Não podemos confundir arrependimento, que é mudança de conceito, ou mudança de entendimento acerca de alguma matéria, com arrependimento de obras mortas. Os homens por estarem mortos, o mesmo que imundos diante de Deus, praticam obras mortas, ou seja, imundas. A maioria dos homens se arrependesse dos seus erros, porém, não passa de arrependimento de obras mortas, o que não é o mesmo que arrepender-se (mudança de entendimento) porque é chegado o reino dos céus.
Quando o novo homem ressurge dentre os mortos para a glória de Deus, é justificado, ou seja, a nova criatura é declarada justa por Deus por ser participante da natureza divina.
O novo homem é justificado não por suas obras (guardar dia, fazer coisas boas, jejum, orações, caridade, descendência de Abraão, ser participante de uma denominação, etc.), antes, porque ao ser gerado por Deus em Cristo, torna-se participante do corpo e do sangue de Cristo ( Jo 6: 54 -56), e por ter sido criado em verdadeira justiça e santidade ( Ef 4:24),  compartilha da natureza divina. A nova criatura, ou o novo homem por ter sido criado JUSTO é declarado justo por Deus.
Tudo ocorre através da maravilhosa obra de Deus, a regeneração, através do Descendente, que é Cristo. Através do último Adão, que é Cristo são gerados os filhos de Deus. Filhos nascidos, não da carne, nem do sangue, e nem da vontade do varão, mas da vontade de Deus ( Jo 1:12  ).
Para que os filhos de Deus sejam gerados, há a necessidade de nascerem da palavra e do Espírito de Deus. Nascer de Deus só é possível por meio da pregação do evangelho que é semente incorruptível e poder de Deus pela fé em Cristo.  Por isto que “o espírito vivifica”, por que ele dá vida a quem está morto.
No mesmo contexto de 2 Coríntios 3 o apóstolo Paulo enfatiza a importância da palavra revelada por Cristo contrastando-a com a ‘letra’. Ele destaca o valor da palavra de Deus ( 2Co 4:2  ), da verdade ( 2Co 4:2  ), do conhecimento da glória de Deus ( 2Co 4:6  ) e da liberdade em Cristo, pois a sua palavra é Espírito e poder ( 2Co 3:17 ).
A lei ainda vigora? NÃO, de maneira alguma, pois Cristo cumpriu a lei para que por intermédio d’Ele tenhamos vida ( 2Co 3:14  ).
É bom lembrar que, quando Jesus morreu na cruz o véu do templo se rasgou de alto a baixo. Isto estabeleceu o fim da lei, pois a partir daquele momento o templo de Deus passou a ser os nossos corpos, onde Deus habita através do Seu Espírito ( Jo 14:23  ; 1Co 3:17 ). O véu que foi rasgado significa que a lei foi abolida ( Rm 10:4  ).