Retire a pedra de tropeço

Retire a pedra de tropeço
Se o teu olho te escandalizar,arranca-o e lança para longe de ti.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Frases Sobre Oração na História




"A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem."
Agostinho de Hipona (354-430 d.C)

"Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (I Ts. 5.17). Ainda que faças qualquer coisa, se desejas aquele repouso do Sábado eterno, não cesses de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar."
Agostinho de Hipona (354-430 d.C)

"Atualmente estou tão ocupado que não posso passar menos de quatro horas por dia na presença de Deus."
Martinho Lutero (1483-1546)

"A oração é o antídoto para todas as nossas aflições."
João Calvino (1509-1564)

"Que melhor guia poderemos encontrar para oração além do exemplo do próprio Cristo? Ele se dirigiu diretamente ao Pai. O apóstolo nos mostra o que devemos fazer, quando diz que Ele endereçou Suas orações Àquele que era capaz de livrá-lO da morte. Com isso ele quer dizer que Cristo orou corretamente, visto que recorreu ao Deus que é o único Libertador."
João Calvino (1509-1564)

"Quando buscamos a Deus em oração, o diabo sabe que estamos querendo mais poder para lutar contra ele, e por isso procura lançar contra nós toda a oposição que é capaz de arregimentar."
Richard Sibbes (1577-1635)

"Na oração, é melhor ter um coração sem palavras do que palavras sem um coração."
John Bunyan (1628-1688)

"A oração fará o homem parar de pecar, ou o pecado o seduzirá a parar de orar."
John Bunyan (1628-1688)

"Sempre que Deus tenciona exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa que faz é levá-lo a orar."
Matthew Henry (1662-1714)

"Se alguns cristãos que se tem queixado de seus ministros, tivessem dito e agido menos diante dos homens e tivessem aplicado a si mesmos com todo o seu poder clamar a Deus pelos seus ministros - teriam, por assim dizer, levantado e agitado o céu com as suas orações humildes, fervorosas e incessantes em favor deles, e teriam tido muito maior sucesso."
Jonathan Edwards (1703-1758)

"Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes. Você ora e jejua? Importune o trono da graça e seja persistente em oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus."
John Wesley (1703-1791)

"Tenho passado dias e até semanas prostrado ao chão, orando, silenciosamente ou em voz alta."
George Whitefield (1714-1770)

"A oração é um instrumento poderoso não para fazer com que a vontade do homem seja feita no céu, mas para fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra."
Robert Law (1788-1874)

"O que o homem é, é sobre seus joelhos diante de Deus, e nada mais."
Robert Murray McCheyne (1813-1843)

"Que seu molho de lã fique na eira da súplica até que seja molhado com orvalho do céu."
Charles H. Spurgeon (1834-1892)

"Sussurros que não podem ser expressos em palavras são freqüentemente orações que não podem ser recusadas."
Charles H. Spurgeon (1834-1892)

"A oração em si mesma é uma arte que somente o Espírito Santo pode nos ensinar. Ele é o doador de todas as orações. Rogue pela oração - ore até que consiga orar, ore para ser ajudado a orar e não abandone a oração porque não consegue orar, pois nos momentos em que você acha que não pode, é que realmente está fazendo as melhores orações. Às vezes quando você não sente nenhum tipo de conforto em tuas súplicas e teu coração está quebrantado e abatido, é que realmente está lutando e prevalecendo com o Altíssimo."
Charles H. Spurgeon (1834-1892)

"Aqueles que deixaram a mais profunda marca nesta Terra amaldiçoada pelo pecado foram homens e mulheres de oração. Você descobrirá que a oração é a força poderosa que tem movido não somente a mão de Deus, mas também o homem."
D.L. Moody (1837-1899)

"As minhas orações não mudam a Deus, mudam a mim mesmo."
C.S. Lewis (1898-1963)

"A boa pregação nasce da boa oração."
John Piper (1946)

"A oração é o meio escolhido por Deus para realizar os Seus propósitos soberanos através de homens submissos."
André Aloísio

"Deus não faz a nossa vontade quando essa se opõe à vontade d'Ele, mas somente quando está em harmonia com ela."
André Aloísio

O Muro



Havia um grande muro separando dois grandes grupos. 
De um lado do muro estavam JESUS, os anjos e os servos leais de JESUS.
Do outro lado do muro estavam satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus
E em cima do muro havia um jovem indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo.O jovem indeciso observou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele:- Hei, desce do muro agora; Vem pra cá!Já o grupo de satanás não gritava e nem dizia nada. 
Essa situação continuou por um tempo, até que o jovem indeciso resolveu perguntar a satanás:- O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles, por que você e seu grupo não me chamam e nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês?
Grande foi a surpresa do jovem quando satanás respondeu: - É porque o muro é MEU!
Nunca se esqueça: Não existe meio termo. O muro já tem dono. Pense nisso.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

QUANDO SATANÁS VAI À IGREJA


Moisés estava recebendo as instruções, através dos mandamentos divinos, de como deveria ser o culto ao Senhor. Nesse ínterim, aos pés do monte, o povo cultuava um bezerro com alaridos estranhos. Deus disse, então, “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32:7). O Senhor não poderia continuar orientando um povo que se corrompeu e que rapidamente passou para “outro deus” e “outro culto”, deixando-se levar por “outro espírito”. Infelizmente está acontecendo o mesmo no meio evangélico. Hoje, há um sistema de culto com alaridos estranhos onde Satanás se faz presente. Satanás consegue penetrar numa igreja tão facilmente através de um pastor liberal quanto através da música. O profano tem tomado conta do lugar santo através de músicas irreverentes incitadas por “outro espírito” que é fruto do “outro evangelho”, ou seja, fruto do evangelho medíocre de Satanás.
O envolvimento da igreja com alaridos estranhos começa com a música. A música é a mola-mestra da apostasia. A igreja é o que ela canta. Se o conhecimento de Deus é real no coração da igreja, a música que ela canta há de expressar esse fato. Se a igreja ignora a essência que fez tremer e fumegar o Monte Sinai, a música não será afinada com o caráter e santidade do Altíssimo. Cantar forró, samba, rock, axé, pagode, funk, rap e outros ritmos irreverentes que estimulam a sensualidade, a perversão sexual, pensamento suicida, a violência, a revolta contra a ordem estabelecida, as drogas, a anarquia é, no mínimo, total falta de “Examinai as Escrituras” (Jo 5:39). Esses ritmos profanos são esgotos de Satanás, pois foram criados para promover imoralidade e até mesmo culto aos demônios, uma vez que vieram dos rituais pagãos de invocação aos demônios. Deixam as pessoas eufóricas em uma autêntica catarse produzindo exatamente aquilo para os quais foram criados: concupiscências carnais e decadência moral. Alguns dizem: “Devemos santificar os ritmos”. Ora, as concupiscências do mundo não podem ser santificadas. Não tem como cristianizar as formas de prazeres que o mundo oferece. Vigiemos para que o pragmatismo com sua sutileza não se enraíze mais ainda no meio evangélico.
Os ritmos profanos, alucinantes e alienantes geram estilos de vida irreverentes. Isso se constata nos chamados shows evangélicos onde prevalecem o forró e companhia Ltda. É muito comum a presença de mocinhas com roupas indecorosas e transparentes, fazendo requebros sensuais e gingados carnais sob os olhares concupiscíveis de “adoradores” extasiados. Mas, o Senhor exorta: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos” (Amós 5:21,23). A última expressão pode ser parafraseada assim: “Afasta de mim a batucada dos teus corinhos, porque não ouvirei as melodias da tua bateria e das tuas guitarras”.
Poucos são os pastores que têm preservado os valores do culto bíblico. Querendo agradar a gregos e troianos, rendem-se aos esgotos de Satanás e tentam justificar dizendo: “Temos que quebrar paradigmas, trazer inovações para a nova geração e respeitar a cultura”. Esses mediocrizadores do culto só sabem imitar o que há de pior no mundo. Eles não se santificam e, como conseqüência, tornam-se espiritualmente incapazes de criar um ritmo decente e reverente de louvor a Deus. Nesse contexto, o diabo sente-se à vontade em ir à igreja. Será que esses condutores cegos nunca leram que o mundo jaz do maligno? (I Jo 5:19). Será que nas suas Bíblias não tem Tiago 4:4 “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Os que querem ser amigos do mundo que comam os detritos dos esgotos do diabo, que se alimentem dos ritmos profanos, mas saibam que prestarão conta pela imundícia que têm praticado diante de Deus no santo lugar. Esses líderes, por desvirtuarem algo tão sagrado como o culto, e por pensarem que Deus é um pascácio, colocar-se-ão sob o juízo do Altíssimo. Na verdade esses líderes são Luizgonzagólatras, Ivetesangalólatras, Raulseixasólatras, Johnlennólatras, e por aí vai!
Aqueles que estão fazendo banquetes carnais com os esgotos de Satanás têm argumentos aveludados e aparência de piedade, contudo o seu fim será desastroso, porque quem começa trocando o culto verdadeiro por esterco é porque perdeu todo o bom senso e coerência cristã, e acabará praticando anomalias maiores, amparados pelo falso argumento: “Não tem nada a ver, tudo é cultural”.
O Antigo Testamento apresenta inúmeros exemplos da ira de Deus contra qualquer mistura na adoração a Ele. Nos tempos de Neemias, uma câmara nos pátios da casa de Deus foi dada a Tobias, o amonita, pelo sacerdote corrupto e tolo, Eliasibe. Neemias “lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” e toda a área foi cuidadosamente purificada (Ne 13: 7-8). Em nossos dias, a mesma purificação é necessária no templo de adoração cristã. Algumas das gloriosas palavras, no final da profecia de Zacarias, falam de modo figurado, sobre o louvor da igreja do Novo Testamento, e dizem que até “as campainhas dos cavalos” portarão as palavras “Santidade ao Senhor” e “as panelas na casa do Senhor” serão tão sagradas como “as bacias diante do altar” (Zc 14:20) . Não penetrará ali nada que seja profano. Se consultarmos o Antigo ou o Novo Testamento, veremos que a pureza e a separação são requeridas no louvor. Deve existir uma clara distinção entre o sagrado e o secular, o espiritual e o mundano. Sempre que a cultura deste mundo representar um viver carnal a igreja deve rejeitá-la. Desse modo, Satanás não irá à igreja.
Em Mateus 26: 30 está escrito: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. Jesus cantou com os discípulos um hino de louvor. Refletindo sobre a santidade do Senhor Jesus, cabe uma pergunta: Se fosse hoje, diante do que estamos presenciando, que tipo de hino Jesus cantaria numa igreja? Certamente o Santo Cordeiro do Deus Altíssimo cantaria um hino identificado com o seu santo caráter.


Ir. Marcos Pinheiro

O OBREIRO E SUA VIDA DE ORAÇÃO


Salmos 2.8 
Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por tua possessão.


Por que tantos obreiros são derrotados frequentemente? Porque oram muito pouco. Por que tantos outros se desanimam e ficam desalentados tantas vezes? Porque oram pouco. Por que a maioria dos pregadores vê tão poucos pecadores serem conduzidos das trevas para luz, através do seu trabalho ministerial? Porque oram muito pouco. Jesus ainda é tão poderoso hoje, como sempre foi. E ainda está tão ansioso para que os homens sejam salvos. Como sempre esteve.
     Muitas vezes, nós, obreiros, queremos cobrar da igreja em que cooperamos o dever de orar sem cessar, quando nós devíamos dar para ela o exemplo do dever de orar sem cessar. Será que deixamos de crer na oração? Talvez não! Mas devemos estar em alerta, pois o Diabo está vendando os nossos olhos e está se esforçando o máximo para impedir que examinemos esta questão da oração. Devemos entender que não existe nada que ele receie mais do que a oração. Então, tome cuidado com ele!
A oração é:
Fundamental para nosso viver vitorioso e nosso serviço eficaz.
Algo que  pode fazer a diferença.
A única maneira que temos para manter a nossa comunicação pessoal com Deus.


Por que Deus quer que oremos?
Porque a oração expressa a nossa confiança nEle e é um meio pelo qual ela pode aumentar.
Porque através da oração, nós mantemos a nossa comunhão com Ele.
Porque  na oração, Ele permite que nós fiquemos envolvidos em atividades que são eternamente importantes, como o avanço da Sua obra aqui na terra.
Porque na oração, nós O glorificamos e reconhecemos que dependemos totalmente dEle em nossa vida e nosso trabalho em Sua obra.
     A Escritura nos mostra várias considerações que devemos colocar em prática quando vamos oferecer nossas orações a Deus, vejamos:
Orar de acordo com a vontade de Deus. “E esta é a confiança que temos nEle: que se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido” (I Jo 5.14,15).
Orar com fé. “Respondeu-lhes Jesus: Tende fé em Deus. Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito. Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis” (Mc 11. 22-24).
Orar em obediência. “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável” (Pv 28.9).
Orar confessando os pecados. “… E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mt 6.12).
Orar perdoando os outros. “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai, que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11.25).
Orar com humildade. “Todavia, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos para Deus, e Ele se chegará para vós. Limpem as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante, purificai os corações. Senti as vossas misérias, lamentai e chorai; torne-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tg 4.6-10).
     Querido irmão, leitor desta matéria, se ainda não somos homens de oração, comecemos hoje a sê-lo. Não adianta deixar esta decisão para uma época mais oportuna. Deus deseja ouvir as nossas orações! Jesus deseja ouvir as nossas orações! O mundo precisa das nossas orações!
     Queridos jovens, se você tem um chamado para obra de Deus, o apóstolo Paulo diz que: “Quem deseja o episcopado excelente obra deseja”. Mas é impossível exercer esta obra sem o poder do Espírito Santo. Sendo assim, a recomendação de Jesus para os discípulos foi: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
     E eles entenderam: “Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, que está perto de Jerusalém, à distância da jornada de um sábado. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde permaneciam Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dEle” (At 1.12-14).


     “Deus quer que todos os dias tenhamos um período de “súplicas, orações, intercessões e ação de graças”. Se obedecermos a Deus, Ele nos dará as nações.


FONTE:http://www.ipda.com.br/pej/pejestudos.php


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SEPARAI-VOS




2 Coríntios 6.17
O crente, embora esteja no mundo, não é do mundo. Ele deveria ser distinguido do mundo nos grandes objetivos de sua vida. Para o crente, o viver tem de ser Cristo (ver Filipenses 1.21). Quer beba, quer coma, quer faça alguma outra coisa, o crente deve fazer tudo para a glória de Deus (ver 1 Coríntios 10.31). Você pode acumular tesouros, mas, no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corrói, e onde ladrões não podem escavar, nem roubar (ver Mateus 6.20). Talvez você queira se esforçar para ser rico, mas a sua ambição deve ser tornar-se rico na fé (ver Tiago 2.5) e nas boas obras (ver 1 Timóteo 6.18). Você pode desfrutar de prazeres; quando, porém, você se alegrar, cante salmos ver Tiago 5.13) e, em seu coração, faça melodias ao Senhor (ver Efésios 5.19).
Em seu espírito, bem como em seus propósitos, você deve ser diferente do mundo, esperando humildemente em seu Deus, sempre consciente de sua presença, deleitando-se na comunhão com Ele. Procurando conhecer a vontade dEle, você comprovará que é membro da raça celestial. Também deve ser separado do mundo em seus atos. Se algo é certo, você tem de fazê-lo, embora venha a sofrer perdas. Se algo é errado, ainda que resulte em ganhos, você tem de rejeitar o pecado por amor ao seu Senhor. Você não deve ter comunhão com as obras infrutíferas das trevas, e sim reprová-las.
Ande de modo digno da sua chamada e posição (ver Efésios 4.1). Lembre-se, crente, você é um filho do Rei dos reis. Portanto, mantenha-se limpo do mundo. Não manche os dedos que logo tocarão cordas celestiais. Não permita que os seus olhos, os quais em breve contemplarão o Rei em sua glória, tornem-se janelas de concupiscência. Não permita que seus pés, que logo caminharão nas ruas de ouro, sejam maculados em lugares lamacentos. Não permita que seu coração, o qual em breve será enchido pelas coisas celestiais e transbordará de regozijo, encha-se de orgulho e infelicidade.


(Extraído de Leituras Diárias, volume 2, C.H. Spurgeon, Editora Fiel, São José dos Campos, SP.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

LOTERIA, RIFA, LOTO: QUE DIZ A BÍBLIA.

O mundo de hoje oferece novas formas de pecados antigos.Neste artigo queremos chamar a atenção a formas modernas do pecado “cobiça”. Estas formas novas são: as loterias de todos os tipos, incluindo rifas e bolões. Vamos analisar estas manifestações da cobiça pelo uso de perguntas às quais queremos dar respostas com base na realidade palpável, e a Palavra de Deus.


1) Qual é o motivo? Temos dado nomes à manifestação moderna da cobiça, mas ainda poderíamos estender a lista pela inclusão de formas afins, tais como apostas, agiotagem e usura, pois pertencem à mesma categoria. Estas atividades caracterizam-se pela ansiedade de possuir muito dinheiro. O décimo mandamento diz claramente, “não cobiçarás”, Ex. 20:17. Tiago nos mostra a ruína espiritual e moral que resulta pela entrada neste beco sem saída: “De onde vem as guerras e os pleitos entre vós? Não é dos vossos desejos, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e não tendes,... combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”, Tiago 4: 1-3. O apóstolo Paulo vai ainda mais longe: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos, caem em tentação e em laço... porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores, 1 Tm.6:8-10. Se o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males, então a loteria é a isca de Satanás. Se a riqueza é o alvo que domina a vida humana, com certeza é uma armadilha do inferno, Provérbios 30:8,9; Mateus 13:22; Mateus 19:23,24. Se quisermos ser mais precisos, devemos dizer que o motivo é de ficarmos ricos rapidamente. Provérbios 28:20 diz, “aquele que se apressa a enriquecer-se, não ficará sem culpa.” Esta verdade é aplicável a alguns casos trágicos encontrados na Bíblia. Por exemplo, Balaão, profeta de Deus, nos deu algumas das mais belas profecias do antigo testamento, mas terminou sua vida duma maneira triste, Números 31:8. E qual foi a causa da sua queda? A sua avidez pelo dinheiro! Judas, v.11 Outro exemplo: Geazi, que, por cobiçar o dinheiro de Naamã, e mentir para tê-lo, ficou leproso, 2 Reis 5:20-27. E que diremos de Judas, que por dinheiro entregou o seu amigo e Senhor aos Judeus e Romanos? Veja o seu fim em Atos 1 :18! E assim existem mais nomes que poderíamos acrescentar à lista. Tomara que o seu nome não entre nesta lista. Por isso, tome a sério estas advertências que brotam do amor de Deus!

2) Qual é o propósito? O propósito é o de ganhar dinheiro sem ter que trabalhar por ele. Mas, o trabalho é a fonte de alegria e satisfação ao desfrutar os bens adquiridos. O Pregador escreveu: “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir,” Eclesiastes 5:12. O trabalho é uma benção, e é o meio ordenado por Deus para ganhar a pão de cada dia, 2 Tessalonicenses 3:10-12. É por isso que o trabalho é parte integral da vida cristã, como vemos em Efésios 4:28, “aquele que furtava, não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha que repartir com o que tiver necessidade”. Muitas vezes a aspiração à “justiça social” não passa de uma inveja disfarçada; é o grito de quem quer ter os bens que ele mesmo condena nos outros. Se você joga na loteria, então não me fale dos males do capitalismo.

3) Que é, na essência, o que o jogador faz? Ele faz sacrifícios a um ídolo, na esperança de que algum dia esse “deus” lhe seja favorável, concedendo-lhe as riquezas desejadas. Mas a Bíblia é bem clara: a idolatria nunca pode combinar com o serviço de Deus. Jesus mesmo disse: “Nenhum servo pode servir dois senhores. Não podeis, servir a Deus e as riquezas”, Lucas 16:13. Deus não quer que vivamos como pobres, mas quer nos ensinar que a riqueza verdadeira não depende dos bens materiais. Este conceito errado é corrigido pelo próprio Senhor em duas das sete mensagens às igrejas em Apocalipse 2 e 3. À Esmirna, diz: “Eu conheço... a tua pobreza (mas tu és rico).” A Laodicéia, diz: “Como dizes, rico sou, e estou enriquecido,     e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;” Ap. 2:9 e 3:17. Embora os bens materiais não sejam maus em si, eles são um perigo por causa da tendência humana à idolatria, e chegam a ser um estorvo à procura das verdadeiras riquezas, espirituais. Pode o crente ter sua esperança em Deus e na loteria ao mesmo tempo? Veja Tiago 2:5.

4) Em quem o jogador tem a sua esperança? Não em Deus, mas sim, na sorte, embora alguns que temos encontrado peçam a benção de Deus para seus bilhetes da loteria. Falam em tom religioso dizendo que, talvez um dia, Deus os tire da miséria quando lhes tocar a “sorte grande”. Mas, fica bem claro que o apóstolo Paulo tinha uma esperança bem diferente desta, pois escreveu aos crentes de Éfeso, “...o Deus do nosso Senhor Jesus Cristo... vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos”, Efésios 1:17,18. Notemos algumas coisas sobre o jogador da loteria. Primeiro, ele não é pobre a ponto de não poder comprar os bilhetes da loteria. Segundo, como é que o jogador pode pedir a benção de Deus sobre coisas tão contrárias à vontade dEle e aos princípios divinos? Finalmente, a Bíblia é clara nas suas indicações. O Senhor, no sermão da montanha ensinou: “Não andeis, pois, inquietos,... (com respeito à comida, à bebida, e à roupa)...vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, Mateus 6: 31-33. E se algum dia tocar, realmente, a “sorte grande” a um desses fingidores de religiosidade não pensem que é uma benção de Deus, como também não o foi para Balaão quando Deus o deixou continuar no seu rumo da cobiça, Números 22: 19,20. Deixando a fé, “foi traspassado por muitas dores”,1 Tm. 6:10. Afinal, a segurança que a fortuna oferece nada mais é que uma miragem, como o expressa o proverbista: “Não te fadigues para enriqueceres... Porventura fitarás os teus olhos naquilo que não é nada? Porque certamente isso se fará asas e voará aos céus como a águia”, Pv. 23:4,5. Tiago nos lembra da fugacidade dos bens deste mundo, dizendo: “Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, assim se murchará também o rico em seus caminhos”, Tiago 1:11.

5) De onde vem o dinheiro? De todos os que pagam para jogar. Temos encontrado jogadores assíduos na loteria que tem-nos garantido que não estão viciados no jogo. Isto nos parece muito discutível, mas para não complicar o argumento, vamos deixá-lo assim. Mesmo supondo que alguns jogadores controlam-se totalmente e apenas jogam pela diversão, sem um pingo de cobiça, o fato é que os demais jogam por vício e são os contribuintes para o prêmio, que pode ser de qualquer jogador. Não é segredo que este vício tem lançado na miséria muitos indivíduos e às suas famílias. Faz pouco soubemos dum trabalhador que gastava 25% dos seus vencimentos, toda semana, na loteria, assim privando sua família de coisas que precisavam urgentemente. E tem casos piores. Será que existe crente em Cristo que possa embolsar este dinheiro? Quem é que quer invocar o juízo de Deus sobre si mesmo? Em Provérbios 22:22,23, diz assim: “Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles na porta ao aflito. Porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida”. Não diga que você não é responsável pelo que os outros fazem. O vício é um pecado, e o pecado é uma escravidão. Embora você nunca tenha ganho um prêmio, ao jogar você tem ajudado a manter uma instituição que escraviza o seu próximo. Isso nos leva à seguinte pergunta:

6) Aonde vai o dinheiro? Não somente a uma instituição prejudicial, mas também serve de armadilha para os que ganham os prêmios. Para grifar isso, vamos citar de novo 1 Tm. 6:9, “Os que querem ser ricos caem em tentação e laço, e em muitas concupiscências (desejos) loucas e nocivas, que afundam os homens na perdição e ruína.” Há alguns anos foi noticiado o caso de um homem, na Inglaterra, que ficou riquíssimo ao ganhar a loteria. Deixou o trabalho e se dedicou aos prazeres, entre eles o de andar de carro veloz. Uma noite descontrolou-se o carro que dirigia, e esmagou-se a beira da estrada. A viúva ficou com o dinheiro, mas confessou preferir muito mais ter ficado com o esposo. Um caso como este, todos condenariam, claro. Mas, mesmo que uma pessoa tenha uma vida longa, com boa saúde, se ela puser o seu coração no dinheiro, não poderá seguir ao Senhor. Você crê verdadeiramente no Filho de Deus? Pois então, “fostes resgatados da vossa vã maneira de viver (que recebestes dos vossos pais), não com coisas corruptíveis, como ouro ou prata, mas sim com o precioso sangue de Cristo”. E você não se importa de por um tropeço diante do seu próximo, pelo qual ele poderá cair nesta vã maneira de viver? É isto o que você faz quando joga na loteria, loto, rifas e semelhantes.

7) Pode a benção de Deus pousar sobre o dinheiro vindo das loterias, rifas, etc.? Por tudo o que temos considerado, a resposta tem que ser, NÃO. Se você ainda retém argumentos a favor destas coisas, é bom que leia Jeremias 17:9-11 (“enganoso é o coração”). Não estamos dizendo que as riquezas não podem ser uma benção; só estamos dizendo que elas não podem ser, nunca, uma benção se adquiridas por meios reprovados por Deus, e que sempre são inferiores a todos os outros dons de Deus, leia 1 Reis 3:5-14. O homem “segundo o coração de Deus” disse: “Mais tenho me alegrado no caminho dos Teus testemunhos, do que com todas as riquezas”, Salmo 119:14. Você não deseja ser uma pessoa segundo o coração de Deus?Além destas sete perguntas feitas, façamos algumas observações. 1) somos responsáveis diante de Deus pela maneira em que usamos o nosso dinheiro. Se é verdade que pertencemos ao Senhor com tudo o que somos e temos, então só podemos ser mordomos (administradores).2) Se é que realmente desejamos seguir a Cristo, é apenas lógico “que vamos querer utilizar os nossos bens no Espírito de Cristo. Lemos, em 2 Coríntios 8:9, “já conheceis a graça do nosso Senhor Jesus, que, sendo rico, por amor a vós fez-se pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis”. Na mesma epístola, fica claro como o apóstolo Paulo e seus companheiros, na posição de ministros de Deus, se fizeram “pobres, mas enriquecendo a muitos”, 6:10.
          Existe ainda a questão de dois argumentos usados para justificar a participação na loteria: quando o prêmio é usado para benção, por exemplo para ajudar outros; ou quando o produto da loteria ou rifa tem como objetivo uma beneficência, uma entidade de caridade. A resposta para ambos os casos achamos na exortação dada em Pv. 3:5-7: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal”. Destes três versículo nascem sete perguntas a serem aplicadas aos casos: 1. Mostra confiança em Deus?2. Não será que tem base na prudência da carne?3. Tem a aprovação de Deus por inteiro?4. Não trunca o caminho de Deus?5. Não será uma demonstração de pedanteria = que ostenta conhecimento que não tem, diante de Deus?6. Está sujeito ao temor de Deus?7. Distancia-se de toda espécie de mal?Se sujeitarmos os referidos argumentos ao exame destas perguntas, fica bem claro que não podem ficar em pé à luz da Palavra de Deus. Se o crente tiver uma necessidade, seja a sua primeira reação a de pôr isso diante do Senhor, para que Ele supra e também mostre ao crente sua responsabilidade. A fé conta com as possibilidades de Deus, e apresenta-se a Ele como instrumento humano. A falta de fé é manifestada quando nós queremos forçar uma solução ao problema, que, embora pareça prática não é de Deus. Isto podemos ver claramente na vida de Jacó, que recorreu ao engano para salvar o que parecia ser uma causa justa. Este ato influiu na sua vida inteira ao ponto dele dizer, ao final dela, “poucos e maus tem sido os dias da minha vida”, Gênesis 47:9. A fé pode esperar em Deus mesmo quando não houver uma solução à vista. A nossa vocação não muda; temos que endireitar o  nosso caminho, e não entortá-lo. Deus odeia a cobiça humana. “O fim não justifica os meios”, Rm. 3:8. Só a incredulidade põe de lado Deus, para prover uma solução segundo a sabedoria humana, e dessa maneira introduz na sociedade males  difíceis de serem eliminados. As loterias são uma triste conseqüência do fato de não haver temor de Deus no mundo, e que por isso procuram outros meios de pagar suas dívidas para com os necessitados. Porém, para o crente sempre há um caminho prudente,  e que carece da aprovação de Deus.

REFLEXÕES SOBRE A EPÍSTOLA DE PAULO AOS COLOSSENSES


REFLEXÕES SOBRE A EPÍSTOLA DE PAULO AOS COLOSSENSES

      Sempre devemos ser gratos ao Espírito Santo por nos haver doado a preciosa epístola escrita por Paulo e endereçada aos membros da igreja do Senhor na cidade de Colossos.

Essa epístola contém ensinamentos básicos para o povo de Deus e situa-se em grandeza teológica ao lado da que foi enviada á igreja em Éfeso. Paulo a escreveu durante seu período de cativeiro na cidade de Roma e a enviou pelas mãos de Tíquico, um dos seus mais íntimos e fiéis colaboradores, provavelmente no ano 62 da Era Cristã;

Facilmente podemos divisar cinco seções na carta e cada uma delas é por si só, um verdadeiro monumento.

Paulo possuía uma visão apostólica das igrejas e sentia-se fortemente compro0metido a exortá-las, admoestá-las e confortlá-las.

Na época em que Paulo viveu as igrejas (especialmente a de Colossos) sofreram fortes ataques de indivíduos que seguiam os ensinamentos filosóficos, tanto oriundos dos Judaísmo quanto do Médio Oriente e tais filosofias começaram a corromper a simplicidade da fé cristã, de tal modo que a gloria, a dignidade e a divindade de Cristo estavam sendo postas em duvida.

Existe uma evidente similaridade entre as epistolas endereçadas aos efésios e aos colossenses.

A primeira parte compreende os seis primeiros versículos do capítulo primeiro e seu enfoque está na satisfação pelas qualidades espirituais dos crentes colossenses.

A segunda parte trata da intercessão em favor de um maior crescimento da Igreja, e se estende de 1.7 a 1.10;

A terceira parte vai de 1.11 a 1.27. O tema é a exposição de um grande mistério.

A quarta parte compreende todo o segundo capitulo e inclui basicamente admoestações para uma vida estável.

Na quinta e última parte da epístola o apóstolo Paulo apresenta exortações sobre a santidade e trata de relações domésticas. Ela abrange os capítulos 3 e quatro.

Assim, essa epístola é profundamente teológica, mas não descura o lado social e prático da vida cristã.

Ao decidir ler pausadamente essa epístola, que tal levar em consideração algumas simples sugestões para um melhor aproveitamento?

Pois bem, destaco a seguir nove pérolas encontradas no primeiro capítulo da magnífica Carta à Igreja em Colossos. Poderiam ser doze, quarenta ou oitenta, mas para o espaço proposto, bastam essas 9.

1.       1.1 Paulo declara que a redação dessa carta contou com a colaboração doIrmão Timóteo a quem nas Epístolas Pastorais ele chama de meu filho na fé. Imaginemos a surpresa de Timóteo ao ver seu nome associado ao maior de todos os apóstolos!

2.       1.2  O apóstolo usa três palavras para definir e identificar os membros da Igreja em Colossos. Eram irmãos, eram santos e eram fiéis. Hoje em dia há que nem são santos, nem fiéis, nem irmãos. Outros há que são irmãos, mas não santos nem fiéis. Vale a pena refletir sobre essas 3 palavras.

3.       1.8  Nosso amor no Espírito. Que lindas palavras! Nosso fala de fraternidade e de solidariedade. Amor fala da virtude maior, indispensável a todo cristão. No Espírito recorda a origem da Obra que tem sido feita dentro de nossos corações.

4.       1.9  Sabedoria e entendimento espiritual   Existe uma louca competição  no mundo, a busca pela sabedoria. A Bíblia menciona 3 tipos de sabedoria: a de Deus, a de Satanás e a do homem. A satânica é totalmente deturpada; a do homem, absolutamente limitada. A divina, perfeita e imaculada. A sabedoria espiritual é adquirida a partir do temor a Deus e é excelente para dirigir, como ensina a Escritura. Se alguém dela sente falta, basta pedir a Deus com fé e sinceridade.

5.       1.10  Em nossa versão são encontrados 3 verbos, como tradução dos que Paulo usou como meta proposta para os irmãos colossenses: agradar, frutificar e crescer. Agradar sugere um relacionamento vertical com Deus. Frutificar é o trabalho interior do Espírito dentro de cada um de nós. Crescer aponta para a visão coletiva e universal da Igreja. Agradando a Deus, frutificamos. Frutificando, crescemos. Crescendo, atingimos a estatura de “varão perfeito”.

6.       1.12  O Pai vos fez idôneos. Diante dos ataques cruéis do Adversário, que desejava ver o declínio espiritual da Igreja, através da perda de sua firmeza espiritual e de suas convicções nos fundamentos do Evangelho e da fé cristã, Paulo testifica da idoneidade dos membros daquela Igreja. Quão triste é observar pessoas que se comportam como crianças e “são levadas pelo vento”, indo ao sabor das ondas que sopram para minar-lhes o conhecimento, a firmeza e a estabilidade. Heresias e filosofias, bem como religiões e seitas falsas são armas diletas do Inimigo para tentar destruir a Igreja, mas o Senhor já declarou que as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Que cada cultive sua própria idoneidade, dentro e fora da Casa do Senhor.

7.       1.14  Temos a redenção. Redenção é uma palavra favorita nas epístolas de Paulo. Redenção é um tema prioritário nas páginas da Bíblia. Redenção define o propósito e o significado da morte de Jesus. Redenção aponta para o sangue inocente e imaculado que oferecido por nós e que sacudiu de sobre nós o jugo do pecado e da escravidão de Satanás.

8.       1.15  Nele – por ele  - para ele. A Cristologia da epístola de Paulo aos Colossenses (bem como a dos Efésios) projeta o Filho de Deus e nosso Salvador no pódio universal da majestade divina. Tudo o que foi criado foi criado NELE. Este é o testemunho sólido e vibrante de Jo 1.1-3. Tudo o que foi criado POR ELE. Ele é o Co-Autor da Criação e merece ser adorado pelos homens na Terra, assim como pelos anjos no Céu. Nós o adoramos no tempo atualmente, mas estamos a caminho de adorá-lo eternamente.

9.       1.18  Ele é a Cabeça da Igreja.  Jesus veio a este mundo “buscar e salvar o que se havia perdido”. Esses ex-perdidos e agora salvos constituem a Igreja do Deus vivo, coluna e firmeza da verdade. Cristo não é O cabeça da Igreja. Ele é A Cabeça. A única, a divina, a insubstituível Cabeça. Essa Cabeça mora no Céu, mas o Seu Corpo vive na Terra. Cristo nos ensina a ver corretamente, porque os olhos estão na Cabeça. Ele nos outorga sabedoria, porque na cabeça está o cérebro. Ele é quem nos ensina a discernir entre o bem o mal, posto que o nariz também está na cabeça. E, finalmente, Ele fala a Palavra, Ele tem a Palavra e Ele É a Palavra. Somos apenas os Seus porta-vozes. Que essa Cabeça continue a ter primazia em nossa vida, assim como teve na de Paulo e na dos crentes de Colossos. Assim seja, até que o Senhor volte.











Devemos adorar a Deus através da dança?

O irmão Daniel Gomes da Silva enviou-me a seguinte pergunta:


Existem vários versículos indicando que a dança era praticada como um ato de adoração a Deus. Até o homem segundo o coração de Deus dançou. “Louvai-o com o tamborim e a dança” (Sl 150.4). “Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar” (Ec 3.4). “E sucedeu que, chegando a arca da aliança do SENHOR à cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, olhou de uma janela, e, vendo a Davi dançar e tocar, o desprezou no seu coração” (1 Cr 15.29). “Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças” (Êx 15.20). Será que o senhor poderia explicar o porquê de a dança não ser uma maneira válida de se adorar a Deus?

Minha resposta:


Caro irmão Daniel, os mandamentos contidos em Salmos 149.3 e 150.4, ao lado dos episódios envolvendo o extravasamento de alegria espontâneo de Miriã e Davi mediante manifestações corporais, têm sido citados com frequência pelos defensores de todo tipo de dança mundana — até o street dance! — dentro das igrejas. É claro que os Salmos não oferecem fundamentação segura quanto ao que chamam hoje de adoração com dança. Por quê? Porque os seus destinatários originais são os israelitas, e não a Igreja. Além disso, o termo hebraico empregado em ambas as passagens para “dança” também pode ser traduzido por “flauta”.


Digamos que os tais mandamentos dos Salmos citados sejam para os cristãos. Como deveríamos interpretá-los? Para muitos “adoradores”, eles significam: “Louvem o seu nome com street dance”? e “Louvai-o com o adufe e o xaxado”? Outros preferem: “Louvem o seu nome com coreografias” e “Louvai-o com o adufe e o heavy metal”. Agem como se a Bíblia pudesse ser manipulada a bel-prazer, a fim de satisfazer as nossas preferências. Que engano!


Não há dúvida de que os israelitas se alegravam através da dança (Ec 3.4; Lm 5.15). Quando o povo de Israel atravessou milagrosamente pelo meio do Mar Vermelho, houve extravasamento de alegria mediante danças (Êx 15.20). A filha de Jefté, sabendo da vitória que Deus concedera a seu pai, recebeu-o com adufes e danças (Jz 11.34). E Davi ficou tão alegre com o retorno da arca do Senhor que também dançou (2 Sm 6.14).


Mas, como Davi dançou? Valeu-se ele das danças pagãs ou manifestações corporais usadas pelos ímpios do seu tempo? É claro que não! Veja o que ele mesmo afirmou, em Salmos 9.2: “Em ti me alegrarei e saltarei de prazer, cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo”. Isso que Davi disse se aplica a nós hoje, a despeito de não sermos israelitas e daquele tempo. Podemos, em momentos de extrema alegria, saltar de prazer na presença de Deus. Mas há uma diferença muito grande entre extravasar a alegria interior saltando e dançar freneticamente ao som de funk, axé, samba, forró, etc., não é mesmo?


Fala-se muito de Miriã e das mulheres que saíram atrás dela com tamboris e com danças (Êx 15.20-22). Mas as danças que vemos em nosso meio, hoje, assemelham-se muito mais às mencionadas em Êxodo 32.19,20: “E aconteceu que, chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se o furor de Moisés, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte, e tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo, moendo-o até que se tornou em pó; e o espargiu sobre as águas e deu-o a beber aos filhos de Israel”.


Miriã, Davi e outros saltaram num momento de extrema felicidade. É plenamente compreensível o fato de uma pessoa dançar (gr. orcheõ, “saltar com regularidade de movimento”) de alegria, como aconteceu com o ex-coxo que ficava à entrada do Templo, em Jerusalém (At 3.8). Entretanto, movimentar-se num momento de grande felicidade não equivale, em hipótese alguma, a dançar sob ritmos eletrizantes. Em todo o Antigo Testamento, não há menção à dança acompanhada de música dentro do Templo.


Não há como negar que Davi dançou, ao recuperar a arca do Senhor (2 Sm 6.16). Mas precisamos responder a algumas perguntas. Primeira: Como ele dançou? Já vimos que a sua dança nada tem a ver com o que vemos hoje dentro das igrejas. Segunda: A dança de Davi é suficiente para abonar todos os tipos de danças mundanas, inclusive as erotizantes? Terceira: O fato de Davi ter dançado, isoladamente, fornece-nos suficiente base para criarmos o ministério da dança? Quarta: O primeiro rei de Israel apoiava esse pretenso ministério?


Sabemos que há diversidade de ministérios (1 Co 12.5), porém não nos esqueçamos de que isso alude à maneira multiforme de o Espírito Santo atuar. Essa menção de modo algum apoia todo e qualquer ministério inventado por pessoas que querem fazer prevalecer as suas preferências pessoais. A despeito de a Bíblia não apoiar o chamado ministério da dança, existem grupos chamados de ministérios de dança e coreografia nas igrejas (coreografia é uma forma de dança também!), formados por pessoas sinceras. Mas repito: não há no Novo Testamento nenhuma passagem que apoie a introdução da dança no culto público e coletivo. Isso é uma influência do secularismo, uma palavra mais suave para mundanismo (Rm 12.1,2; 1 Jo 2.15-17; Tg 4.4).


As danças de Miriã e Davi foram parte da comemoração de uma vitória. Não devem ser vistas como parte integrante de um culto litúrgico — aliás, Davi depois ofereceu um culto a Deus sem dança! Embora o Senhor não tenha rejeitado aqueles gestos e manifestações pessoais, isso não é uma justificativa para se introduzir na casa de Deus ou no culto ao Senhor (independentemente do local) todo tipo de arte ou manifestações corporais do mundo, como coreografias, balé, shows de rapstreet dance e bailes como parte da liturgia. Além disso, aquelas danças isoladas não respaldam as chamadas “baladas gospel” e outros modismos da atualidade.


Davi e Asafe organizaram o ministério do louvor apenas com músicos e cantores (1 Cr 25.1-7). A despeito de terem sido eles os principais artífices da organização primitiva da música cultual, não chamaram para exercer esse importante ofício os dançarinos e os coreógrafos. Se Davi, de fato, era um apoiador da dança como uma forma de louvor a Deus, por que não a introduziu no culto a Deus, no Templo
?

Se o Senhor gosta tanto da “nossa dança”, por que Davi, um homem segundo o coração de Deus (que inclusive dançou do lado de fora do Templo), não a incluiu na liturgia dos israelitas? Por que ele e Asafe não acrescentaram danças e coreografias ao culto veterotestamentário? Ora, quem examina as Escrituras, à luz dos contextos histórico, cultural e literário, sabe que a dança de Davi foi um ato único, pessoal, fora do Templo, isolado. Não foi um ato litúrgico, exemplar, inaugural ou profético, como pensam muitos “adoradores”.


Mesmo que Davi tivesse introduzido a dança no culto veterotestamentário — o que não aconteceu, como vimos —, precisaríamos de suficiente fundamentação no Novo Testamento para termos a certeza de que o Senhor se agrada de toda e qualquer coreografia (que é um tipo de dança), de street dance, de baile gospel, etc. Mas não há nas páginas neotestamentárias abono à dança como forma de louvor a Deus (Rm 15.11; Hb 13.15; Tg 5.13). João não viu nenhuma forma de louvor com dança no Céu (Ap 4-5), a menos que algum “adorador” queira chamar de coreografia a adoração dos 24 anciãos que se prostraram diante do Senhor!


Na verdade, a dança “evangélica”, que começou, em algumas igrejas, como uma coreografia simples, executada ao som de hinos melódicos, ficou mais complexa, até evoluir para apresentações de balé eshows de hip-hop. Hoje, não há mais limites! Já temos o erotizante funk dentro de algumas igrejas, além coreografias quase idênticas — sem exageros — às performances de Madonna, Britney Spears, Beyoncé e Michael Jackson.

Ciro Sanches Zibordi



FONTE:http://cirozibordi.blogspot.com/2011/09/podemos-adorar-deus-atraves-da-danca.html                                                                                                         

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração


Divórcio e Novo Casamento

21 de julho de 1986

Pano de fundo e Introdução
Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no contexto pastoral, sustentei a visão protestante prevalecente, que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18, comecei a questionar esta posição inerente.
Eu senti um peso imenso por ter de ensinar à nossa congregação qual a vontade revelada de Deus neste assunto de divórcio e novo casamento. Eu não estava desavisado que entre meu povo haviam aqueles que se divorciaram-se e casaram-se novamente, aqueles que se divorciaram e permaneceram descasados, e aqueles que estavam em processo de divórcio ou contemplando isto como uma possibilidade. Eu sabia que isto não seria um exercício acadêmico, mas que de imediato afetaria várias pessoas muito profundamente.
Eu também estava ciente das horrendas estatísticas em nosso próprio país, assim como em outros países ocidentais, a respeito do número de casamentos que terminam em divórcio, e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro casamentos. Em meu estudo de Efésios 5, fui cada vez mais convencido que há uma profunda significação na união de marido e mulher em “uma só carne” como parábola do relacionamento entre Cristo e sua igreja.
Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento. O resultado desta experiência crucial foi a descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge faleceu.  Entretanto, todas as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que dita a Bíblia.
Se eu desse uma exposição exaustiva de cada texto relevante, esta declaração viraria um gigantesco livro. Assim, o que planejo é trazer algumas explanações breves de cada um dos textos cruciais, como alguns argumentos exegéticos chaves. Haverão, sem dúvida, muitas questões que podem ser levantadas, e eu espero ser capaz de aprender com estas questões, e fazer o meu melhor para respondê-las na discussão que seguirá a esta declaração.

Parece que a forma mais eficiente de iniciar esta questão é simplesmente dar uma lista de razões, baseadas em textos bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge faleceu. O que se segue é uma lista desses argumentos.



Onze razões para se crer que todo novo casamento após o divórcio é proibido enquanto os cônjuges estiverem vivos.


1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é adultério
Lucas 16.18: Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.
1.1) Este verso mostra que Jesus não reconhece o divórcio como o término de um casamento aos olhos de Deus. A razão para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque o primeiro é considerado ainda válido. Assim, Jesus está tomando uma posição contra a cultura judaica, em que considerava-se que todo divórcio levava ao direito de um novo casamento.
1.2) A segunda metade do versículo mostra que não apenas o homem divorciado é culpado de adultério quando ele casa-se novamente, mas também qualquer homem que casa-se com uma mulher divorciada.
1.3) Uma vez que não há exceções mencionadas no verso, e uma vez que Jesus está claramente rejeitando o conceito cultural comum de que o divórcio inclui o direito ao novo casamento, os primeiros leitores deste evangelho teriam uma grande dificuldade em argumentar qualquer exceção baseada na idéia de que Jesus compartilhava a premissa de que o divórcio por infidelidade ou deserção liberava um cônjuge para um novo casamento.

2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se divorcia
Marcos 10.11-12: E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.
2.1) Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas vai além e diz que está cometendo adultério não apenas o homem que divorcia, mas também a mulher que divorica, e então casa-se novamente.
2.2) Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta regra.

3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou a justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o propósito de Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus uniu.
Marcos 10.2-9: E, aproximando-se dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento; 6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, 8 E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Mateus 19.3-9: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
3.1) Tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a Jesus e o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa. Eles evidentemente tinham em mente a passagem em Deuteronômio 24.1, que simplesmente descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a favor disto. Eles se perguntam como Jesus se posicionará a respeito desta passagem.
3.2) A resposta de Jesus é “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt 19.8)
3.3) Mas então Jesus critica a falha dos fariseus em reconhecer nos livros de Moisés a intenção original e mais profunda de Deus para o casamento. Então ele cita duas passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os criou... Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)
3.4) Destas passagens de Gênesis, Jesus conclui: “Assim não são mais dois, mas uma só carne”. E então, ele faz sua afirmação decisiva: “O que Deus ajuntou não o separe o homem”
3.5) A implicação é que Jesus rejeita o uso de Deuteronõmio 24.1 dos fariseus e apresenta o padrão de casamento para seus discípulos na intenção original de Deus na Criação. Ele diz que nenhum de nós deveria tentar desfazer a relação “uma só carne” que Deus uniu.
3.6) Antes de pularmos para a conclusão de que esta afirmação absoluta deveria ser qualificada em vista da cláusula de exceção (“não sendo por causa de prostituição”) mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a possibilidade de que a cláusula de exceção em Mateus 19.9 deveria ser entendida à luz da afirmação absoluta de Mateus 19.6, (“não o separe o homem”), especialmente porque os versículos que seguem esta conversação com os fariseus em Marcos não contêm qualquer exceção quando condenam um novo casamento. Mais sobre isso abaixo.

4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos. Pelo contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para aqueles que divorciaram-se inocentemente, e que um homem que divorcia-se de sua esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.
Mateus 5.32: Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
4.1) Jesus assume que em muitas situações naquela cultura, a esposa que foi repudiada por um marido será encaminhada para um segundo casamento. No entanto, a despeito desta pressão, Jesus chama este segundo casamento de adultério.
4.2) O que chama atenção na primeira metade deste versículo é que o novo casamento de uma esposa que foi inocentemente repudiada é ainda assim um adultério: “qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela (a esposa inocente que não foi infiel) cometa adultério”. Esta é uma afirmação clara, como me parece, de que o novo casamento é errado não simplesmente quando uma pessoa é culpada no processo de divórcio, mas também quando uma pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição de Jesus ao novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade da união do casamento, a não ser pela morte.
4.3) Eu deixarei minha explanção da cláusula de exceção (“a não ser por causa de prostituição”) para mais adiante na declaração, mas por enquanto, é suficiente dizer, sobre a interpretação tradicional da cláusula, que simplesmente significa que um homem faz de sua esposa uma adúltera exceto no caso em que ela fez a si própria uma.
4.4) Eu assumo que, uma vez que uma esposa inocente que é divorciada comete adultério quando ela casa-se novamente, segue-se que uma esposa culpada que casa-se novamente após o divórcio torna-se muito mais culpada. Se alguém argumentar que esta esposa culpada é livre para casar-se novamente, enquanto a inocente que foi repudiada não é, já que o adultério da culpada quebrou o relacionamento de “uma só carne”, então esta pessoa deve colocar-se na inconveniente posição de dizer à divorciada inocente que “se agora você cometer adultério, será lícito você casar-se novamente”. Isto parece ser errado por pelo menos duas razões.
4.4.1) Isto parece elevar o ato físico de relação sexual ao elemento decisivo em união e separação conjugal.
4.4.2) Se a união sexual com outro quebra os laços de casamento e legitima o novo casamento, então dizer que uma divorciada inocente não pode casar-se novamente (como Jesus realmente diz) assume que o marido divorciado dela não está se divorciando para ter relações sexuais com outra. Isto signifca assumir uma postura muito improvável. Mais provável é que Jesus assuma que alguns desses maridos divorciados terão relações sexuais com outra mulher, mas ainda assim as esposas de quem eles se divorciaram não podem casar-se novamente. Portanto, adultério não anula o relacionamento de “uma só carne” do casamento, e tanto o cônjuge culpado quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em Mateus 5.32.

5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.
1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.
5.1) Quando Paulo diz que esta ordem não é sua, mas do Senhor, eu acredito que ele quer dizer que está ciente de um específico dito do Jesus histórico que trata desta questão. Como prova, estes versos parecem-se muito com Marcos 10.11-12, porque é destinado tanto ao marido quanto à esposa. Além disso, o novo casamento parece ser excluído do verso 11, da mesma forma que é excluído em Marcos 10.11-12
5.2) Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente constrangida à separar-se não deveria procurar um novo casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é que um novo casamento não deve ser procurado.
5.3) Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o texto não explicita consideração sobre a possibilidade de qualquer exceção à proibição do novo casamento.

6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é lícito somente depois da morte do cônjuge.
1 Coríntios 7.39: A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
Romanos 7.1-3: Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.
6.1) Em ambas as passagems (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2) é dito explicitamente que uma mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Nenhuma exceção é explicitamente mencionada que sugeriria que ela pudesse ser livre de seu marido e casar-se com outro usando outra base.

7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é dada por Deus a discípulos que sustentam-se na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo com a lei de Cristo.
Mateus 19.10-12: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.
7.1) Logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Jesus proibiu todos casamento após o divórcio (eu lidarei com o significado de “não sendo por causa de prostituição” abaixo). Isto pareceu como uma proibição intolerável aos discípulos de Jesus: se você fechar qualquer possibilidade de novo casamento, então você faz o casamento tão arriscado que seria melhor não casar-se, uma vez que ou você está “preso” a viver como um solteiro o resto de sua vida ou você estará “preso” em um casamento ruim.
7.2) Jesus não nega a tremenda dificuldade deste mandamento. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a capacidade de cumprir o mandamente de não casar-se novamente é um dom divino aos seus discípulos. Verso 12 é um argumento de que uma vida assim é de fato possível, porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por razões menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma vida de solteiro.
7.3) Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um discípulo é que eles receberão um dom de contigência, enquanto não-discípulos não. A evidência para isto é que 1) o paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus 19.11 e 19.26.

8) Deuteronômio 24.1-4 não legisla base para o divórcio, mas ensina que o relacionamento “uma só carne” estabelecido pelo casamento não é destruído pelo divórcio e mesmo pelo novo casamento.
Deuteronômio 24.1-4: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.
8.1) O que chama atenção nestes quatro versos é que, enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento (verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4, em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa. Em outras palavras, existiam várias pistas na lei mosaica de que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração humano, e realmente não tornavam o divórcio e o novo casamento legítimos.

9) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se novamente. Significa que o cristão não está obrigado a lutar a fim de preservar a união. Separação é permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso.
1 Coríntios 7.15: Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
9.1) Existem muitas razões para que a frase “não está sujeito à servidão” não deveria ser construída para significar “é livre para casar-se novamente”
9.1.1) Casamento é uma ordenança da Criação ligando todas as criaturas humanas de Deus, a despeito de sua fé ou falta de fé
9.1.2) A palavra usada para “servidão” (douloo) no verso 15 não é a mesma palavra usada no verso 39, em que Paulo diz: “A mulher casada está ligada (deo) pela lei todo o tempo que o seu marido vive”. Paulo consistentemente usa deo quando fala do aspecto legal de ser ligado a um cônjuge (Romanos 7.2; 1 Coríntios 7.39), ou comprometido com alguém (1 Coríntios 7.27). Mas quando ele refere-se a uma esposa abandonada não estar ligada em 1 Coríntios 7.15, ele escolhe uma palavra diferente (douloo), que esperaríamos que ele fizesse já que ele não está dando a um cônjuge abandonado a mesma liberdade para casar-se novamente como ele dá ao cônjuge cujo parceiro morreu (verso 39).
9.1.3) A última frase do verso 15 (“Deus chamou-nos para a paz”) suporta o verso 15 melhor se Paulo está dizendo que um parceiro abandonado não é “obrigado a fazer guerra” contra o incrédulo desertor para que ele ou ela permaneça. Me parece que a paz que Deus tem nos chamado é a paz da harmonia matrimonial. Portanto, se o parceiro incrédulo insiste em afastar-se, então o parceiro crente não está obrigado a viver em conflito perpétuo com o cônjuge incrédulo, mas é livre e inocente para deixá-lo(a) partir.
9.1.4) Esta interpretação também preserva uma harmonia fiel com a intenção dos versos 10-11, em que a separação inevitável não resulta no direito de um novo casamento.

10) 1 Coríntios 7.27-28 não esina o direito das pessoas divorciadas a casarem-se novamente. Ensina que virgens noivos devem seriamente considerar a vida de solteiro, mas que eles não pecam se se casarem.
1 Coríntios 7.27-28: Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.
10.1) Recentemente algumas pessoas têm argumentado que esta passagem lida com pessoas divorciadas, porque no verso 27 Paulo pergunta: “Estás livre de mulher?”. Alguns assumem que ele quer dizer “Estás divorciado?”. Portanto o que ele estaria dizendo no verso 28 é que não é pecado quando pessoas divorciadas casam-se novamente. Existem muitas razões para esta interpretação ser a mais improvável.
10.1.1) O verso 25 sinaliza que Paulo está começando uma nova seção e lidando com uma nova questão. Ele diz “Ora, quanto às virgens (ton parthenon) não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Ele já lidou com o problema das pessoas divorciadas nos versos 10-16. Agora ele toma uma nova questão, sobre aqueles que ainda não são casados, e ele sinaliza isso ao dizer “Ora, quanto às virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas referidas nos versos 27 e 28 sejam as divorciadas.
10.1.2) Uma afirmação simples de que não é pecado para as pessoas divorciadas casarem-se novamente (verso 28) contradiz o verso 11, em que é dito que uma mulher que se separou de seu marido deveria permanecer solteira.
10.1.3) Verso 36 certamente está descrevendo a mesma situação em vista nos versos 27 e 28, mas claramente refere-se a um casal que ainda não é casado. “Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se”. Isto é o mesmo do verso 28, em que Paulo diz “Mas, se te casares, não pecas”.
10.1.4) A referência no verso 27 a ser ligado à “mulher” pode ser mal-entendida porque pode sugerir que o homem já é casado. Mas no grego, a palavra para esposa é simplesmente “mulher” e pode referir-se tanto à noiva de um homem quanto à sua esposa. O contexto dita que a referência é à noiva virgem de um homem, não à sua esposa. Assim, “Estás ligado à mulher” e “Estás livre de mulher?” tem de fazer referência a uma pessoa que é noiva ou não.
10.1.5) É significante que o verbo que Paulo usa para “estás livre” (luo) não é uma palavra que ele usa para divórcio. As palavras de Paulo para divórcio são chorizo (versos 10,11,15; cf. Mateus 19.6) e aphelia(versos 11,12,13).

11) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-se novamente. Todo o peso das evidências dadas pelo Novo Testamento nos dez pontos anteriores é contra esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste verso, de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral do Novo Testamento de que um novo casamento após o divórcio está proibido.
Mateus 19.9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
11.1) Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em dois cultos noturnos a respeito do meu entendimento deste verso e argumentei que “não sendo por causa de prostituição” não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual antes do casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo. Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e que deram uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz, tenho também descoberto numerosas outras formas de entender que este verso também exclui a legitimidade do novo casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Jesus and Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).
11.2) Aqui eu simplesmente darei um resumo breve de meu próprio ponto de vista de Mateus 19.9 e como cheguei a ele.
Eu comecei, primeiramente, ao ser incomodado pela forma absoluta da denúncia de Jesus contra o divórcio e o novo casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18 não está preservado em Mateus, se na verdade esta cláusula de exceção é uma brecha para o divórcio e novo casamento. Eu estava incomodado pela simples idéia que tantos escritores fazem, de que Mateus simplesmente está tornando explícito algo que era implicitamente entedido pelos ouvintes de Jesus ou os leitores de Marcos 10 e Lucas 16.
Eles realmente teriam assumido que as afirmações absolutas incluiam exceções? Eu duvido muito, e portanto minha inclinação é questionar se de fato ou não a exceção de Mateus conforma-se com o absoluto de Marcos e Lucas.
A segunda coisa que começou a me incomodar foi a questão – Por que Mateus usa a palavra porneia (“não sendo por causa de prostituição”) ao invés da palavra moicheia , que significa adultério? Quase todos os comentaristas parecem simplesmente presumir que porneia significa adultério neste contexto. A questão que persistia era por que Mateus não usaria a palavra para adultério, se isto fosse o que ele realmente queria dizer.
Então notei algo muito interessante. O único outro lugar, além de 5.32 e 19.9, em que Mateus usa a palavra porneia é em 15.19, onde é usada ao lado de moicheia . Portanto, é a evidência contextual primária para o uso de Mateus é que ele concebe porneia como algo diferente de adultério. Poderia isto significar, então, que Mateus concebe porneia em seu sentido normal de fornicação ou incesto (1 Coríntios 5.10), ao invés de adultério?
A. Isaksson concorda com esta visão de porneia e apresenta sua pesquisa, parecida com esta, nas páginas 134 e 135 de Marriage and Ministry :
Portanto, não podemos fugir do fato de que a distinção entre o que era considerado como porneia e o que era considerado como moicheia foi minuciosamente mantido na literatura judaica pré-cristã e no NT.Porneia pode, é claro, denotar diferentes formas de relações sexuais proibidas, mas não podemos encontrar exemplos inequívocos do uso desta palavra para denotar o adultério conjugal. Sob estas circunstâncias dificilmente poderíamos assumir que esta palavra significa adultério na cláusula em Mateus. A logia do divórcio foi escrita como um parágrafo da Lei, intentando ser obedecida pelos membros da Igreja. Debaixo destas circunstâncias é inconcebível que, em um texto desta natureza, o autor não tivesse mantido uma clara distinção entre o que era a falta de castidade e o que era adultério:moicheia e não porneia seria usada para descrever o adultério da esposa. Do ponto de vista filológico existem argumentos fortíssimos contra esta interpretação da cláusula permitindo divórcio no caso da esposa ser culpada de adultério.
A próxima pista de minha busca por uma explicação veio quando estudei sobre o uso de porneia em João 8.41, em que os líderes judeus indiretamente acusam Jesus de ser nascido de porneia . Em outras palavras, uma vez que eles não aceitava o nascimento virginal, assumem que Maria havia cometido fornicação, e Jesus era resultado deste ato. Com base nesta pista, eu voltei para estudar o registro de Mateus do nascimento de Jesus em Mateus 1.18-20. Isto foi extremamente elucidador.
Nesses versos, José e Maria são referidos como marido ( aner ) e esposa ( gunaika ). Ainda assim, eles são descritos como noivos somente. Isto provavelmente vem do fato de que as palavras para marido e esposa eram simplesmentem homem e mulher, e do fato de que o noivado era um comprometimento muito mais significante do que é hoje. No verso 19, José resolve “divorciar-se” de Maria. A palavra para “deixá-la” é a mesma palavra de Mateus 5.32 e 19.9. Mas, mais importante que tudo, Mateus diz que José foi “justo” ao tomar a decisão de divorciar-se de Maria, presumivelmente por causa de porneia , fornicação.
Portanto, enquanto Mateus procede em construir a narrativa de seu Evangelho, ele encontra-se no capítulo 5 e depois no capítulo 19 precisando proibir todo casamento pós-divórcio (como ensinado por Jesus) e ainda permitir “divórcios” como aquele que José considerou como possibilidade, por pensar que sua noiva era culpada de fornicação ( porneia ). Assim, Mateus inclui a cláusula de exceção em particular para exonerar José, mas também no geral para apresentar que o tipo de “divórcio” que alguém talvez procure durante um noivado por causa de fornicação não está incluído na proibição absoluta de Jesus.
Uma objeção comum a esta interpretação é que em Mateus 19.3-8 e Mateus 5.31-32, a questão que Jesus responde é sobre casamento e não sobre noivado. O argumento é que “não sendo por causa de prostituição” é irrelevante no contexto do casamento.
Minha resposta é que esta irrelevância é simplesmente o ponto aonde Mateus quer chegar. Podemos ter por certo que o rompimento de um casal de noivos por causa de fornicação não é um “divórcio” ruim e não proibe um outro casamento. Mas não podemos assumir que os leitores de Mateus tinham isso por certo
Mesmo em Mateus 5.32, que parece sem importância para nós excluir o caso da fornicação (uma vez que não podemos ver como uma virgem noiva poderia ser feita adúltera), isto poderia não ser inútil para os leitores de Mateus. Na verdade, não deveria ser sem importância para nenhum leitor: se Jesus tivesse dito “todo homem que se divorciar de sua mulher faz dela uma adúltera”, um leitor legitimamente poderia perguntar “Então José estava pra fazer de Maria uma adúltera?”. Podemos dizer que esta questão não é razoável, uma vez que acreditamos que você não pode fazer mulheres solteiras serem adúlteras. Mas, certamente isto não é sem propósito ou, talvez para alguns leitores, inútil, pois Mateus fez explícita a óbvia exclusão do caso de fornicação durante o noivado.
Esta interpretação da cláusula de exceção tem sérias vantagens:
Não força Mateus a contradizer o significado claro e absoluto de Marcos e Lucas, e o inteiro ensinamento do Novo Testamento apresentado nas seções 1-10, incluindo o próprio ensinamento absoluto de Mateus em 19.3-8
Provê uma explicação de por que a palavra porneia é usada na cláusula de exceção de Mateus ao invés de moicheia .
Concorda com o uso do próprio Mateus de porneia para fornicação em Mateus 15.19
Encaixa-se com a necessidade do contexto maior de Mateus a respeito de José considerar o divórcio
Desde a primeira vez que escrevi esta exposição de Mateus 19.9 descobri um capítulo com esta visão em Heth e Wenham, Jesus and Divorce , e uma defesa acadêmcia disto em A. Isaksson, Marriage and Ministry in New Temple (1965).

Conclusão e Aplicação

No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-divórcio não é determinada por:

A culpa ou inocência de qualquer cônjuge
Nem se qualquer cônjuge é crente ou não
Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois da conversão de qualquer dos cônjuges
Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro pelo resto da vida na Terra
Nem se há adultério ou deserção envolvidos
Nem pela realidade da dureza do coração humano
Nem por permissividade cultural da sociedade em redor
Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:
Casamento é um relacionamento de “uma só carne” estabelecido por Deus e de extraordinária significância aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5; Marcos 10.8)
Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação de “uma só carne” (Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é porque o novo casamento é chamado de adultério por Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está valendo, Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11)
Deus termina o relacionamento de “uma só carne” somente por meio da morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)
A graça e o poder de Deus são prometidos e são suficientes para capacitar um cristão divorciado e fiel a ser solteiro por toda sua vida terrena, se necessário (Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13)
Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais preferíveis que a desobediência do novo casamento, e produzirá profunda e duradoura alegria tanto nesta vida como na vida porvir.