“Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra,
nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o
teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas”.
“Porque
em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao
sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o
santificou” (Ex 20.8-11).
Com
base nessa passagem e outras do Antigo Testamento, os adventistas do sétimo dia
e outros adeptos do sabatismo, insistem em ensinar que o sábado é um mandamento
vigente para o cristão e, portanto, ele deve guardá-lo.
Segundo
os adventistas, o sábado é o sinal de Deus e o domingo é o sinal da besta.
Ellen
White, a profetisa do adventismo fez a seguinte declaração: “Santificar o
sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos).
Em
outras palavras ela está dizendo que a salvação da pessoa não depende de
Cristo, mas sim se ela guarda ou não o dia de sábado.
Ora,
será que o sacrifício de Jesus não foi completo? Afinal, quem é que nos salva:
Jesus ou a guarda do sábado?
Acerca desse assunto Paulo já advertia as
igrejas da Galácia quando disse:
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é
outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de
Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo
dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro
evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).
A ETIMOLOGIA DA PALAVRA SÁBADO
Sábado: do hebreu Shabbat, “sábado”, shabat,
“cessar, desistir, descansar”.
ALGUMAS RAZÕES PORQUE O CRISTÃO NÃO DEVE
GUARDAR O SÁBADO
1 – Deus trabalhou no dia de sábado.
“E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua
obra, que tinha feito descansou no sétimo dia de toda a sua obra que tinha
feito” (Gn 2.2).
Este versículo mostra de forma inequívoca que
Deus trabalhou no sábado. De outro modo, como pode alguém terminar sua obra,
num determinado dia, sem ter trabalhado nesse dia?
Veja que o texto é muito taxativo ao dizer
que: “Deus acabou no dia sétimo a sua obra que tinha feito...”.
Vejamos essa afirmação na língua original.
“Vayekal ‘Elohiym “e terminou Deus” Bayyom
“no dia” Hashebiy’iy “o sétimo” Mela ‘kto ‘asher, “sua obra”.
Estas palavras na língua original são claras
e não deixam margem para dúvidas; Deus realmente trabalhou no dia de sábado.
O fato de em Êxodo 20.11 dizer que ele
terminou a obra no sexto dia pode ser explicado através do costume judaico de
arredondar os números. Visto que Deus trabalhou apenas parte do sábado, como
podemos ver por inferência, o escritor arredondou o número dizendo que Ele
(Deus) terminou no sexto dia a sua obra, quando na verdade, de acordo com Gn
2.2, Ele terminou no sábado, ou seja, no sétimo dia.
Por exemplo, Davi reinou sete anos e meio em
Hebrom: “e foi o número dos dias que Davi reinou em Hebrom, sobre à casa de
Judá, sete anos e seis meses” (II Sm 2.11).
“E em Jerusalém reinou trinta e três anos
sobre Israel e Judá” (II Sm 5.5).
Ou seja, Davi reinou quarenta anos e seis
meses. Mas, o mesmo escritor, em II Samuel 5.4 afirma que Davi reinou apenas
quarenta anos. Ora tudo que ele fez foi arredondar os números de 40,6 anos para
apenas 40 anos.
2 – A guarda do sábado não foi instituída por
Deus antes da Lei
De acordo com os adventistas do sétimo dia,
os cristãos devem guardar o sábado pelo fato dele ter sido instituído antes da
Lei no jardim do Éden.
Refutação:
Não há nenhum versículo na Bíblia que
apresente o sábado como um mandamento dado por Deus antes da Lei. Desde Adão
até Moisés não há ninguém que tenha guardado o sábado. Nem Adão, nem Abel, nem
Noé e nem mesmo Abraão, Isaque, Jacó ou José guardaram o sábado. Portanto,
dizer que a guarda do sábado é um mandamento vigente para o cristão por ter
sido instituído por Deus, antes da Lei, é no mínimo falacioso, pois, como temos
visto, ele não tem respaldo nas Escrituras Sagradas.
O argumento de que Deus abençoou e santificou
o sábado e por isso ele deve ser guardado pelo cristão.
“E abençoou Deus o sétimo dia e o santificou;
porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera” (Gn 1.3).
Refutação
O fato de Deus haver abençoado e santificado
o sábado não significa que o homem também deveria abençoá-lo e santificá-lo.
Pois ao santificar e abençoar o sábado, Deus não disse que o homem deveria
fazer o mesmo. Pelo menos não é isso que encontramos no livro de Gênesis. A
razão de ele haver abençoado e santificado o dia sétimo está claro no próprio
texto: “porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera”.
O argumento das duas instituições que
atravessaram o Éden.
Outro argumento usado pelo mesmo grupo
consiste em que, as duas únicas instituições criadas por Deus que atravessaram
os portões do Éden foram: a guarda do sábado e o casamento.
Refutação:
No que diz respeito à instituição do
casamento há uma ordem expressa de Deus tanto para o homem quanto para a mulher
que diz:
“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua
mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não
tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, E disse:
Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa
só carne?” (Mt 19.4-5).
Mas, quanto ao sábado, no livro de Gênesis e
principalmente no capítulo dois, não há nenhum mandamento.
3 – O sábado foi instituído no período da Lei
para ser observado pelos judeus e não pelos cristãos.
De acordo com Êxodo 31.13-17, a guarda do
sábado foi instituída para os judeus, para os filhos de Israel e não para os
cristãos (Êx 31.12-17).
4 – O Novo Testamento não faz menção a guarda
do sábado como um mandamento vigente para o cristão.
Em todo o Novo Testamento não há um só
versículo fazendo alusão à guarda do sábado como um mandamento vigente para o
cristão ou para os gentios. Pra ser mais claro, dos 10 mandamentos apresentados
em Êxodo 20, o único que não é repetido
no Novo Testamento é o que se refere a guarda do sábado.
Se a guarda do sábado é um mandamento
estabelecido no Éden, e, diga-se de passagem, nesse caso é o primeiro de todos
os mandamentos, conforme pensam os adventistas, pois até então nenhum outro
mandamento ainda havia sido dado, porque somente depois de quase três mil anos,
a contar do Éden até Moisés, ele é ordenado para ser guardado? E vale lembrar
que ele foi ordenado exclusivamente para a nação do Israel (Êx 31.16,17). Pois,
desde Adão até Moisés não vemos ninguém guardado o sábado. Nem Abel, nem Sem,
nem Sete, nem Enos, nem Enoque, nem Noé, Abraão, Isaque, Jacó ou José. E no
período da Igreja, ou seja, a partir da ascensão de Jesus, não temos na Bíblia,
nenhum só versículo, que recomende a guarda do sábado para os cristãos. Se a
guarda do sábado fosse, de fato, um mandamento para a igreja; porque nenhum dos
apóstolos fez alusão a ele como um mandamento vigente para o cristão?
O argumento de que o sábado é um mandamento
perpétuo
“Guardarão, pois os filhos de Israel,
celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo” (Êx 31.16).
De acordo com a interpretação adventista esse
versículo ensina que o sábado é um mandamento que deve ser guardado
perpetuamente ou eternamente, e, sendo assim, sua observância se estende também
aos cristãos.
Sobre esse assunto assim diz o Dr. Paulo
Romeiro e o renomado apologista Pr. Natanael Rinaldi:
Se somos obrigados a guardar o sábado pelo
simples fato de ser denominado “estatuto perpétuo”, então somos obrigados
também a:
- Guardar a páscoa – estatuto perpétuo (Êx
12.14)
- Lavar cerimonialmente as mãos e os pés –
estatuto perpétuo (Êx 30.17-21)
- Celebrar as festas judaicas – estatuto
perpétuo (Lv 23.14, 21, 31, 41);
- Subordinados ao sacerdócio aarônico –
estatuto perpétuo (Nm 25.13).
(Desmascarando as Seitas. Natanael Rinaldi e
Paulo Romeiro).
Mas é claro que essas observâncias não são
levadas a sério pelos adventistas. Mas afinal, um mandamento perpétuo não é
para ser observado?
A guarda do sábado, como dia de descanso, só
teve validade até a cruz de Cristo. A partir daí o nosso descanso não é um dia,
mas numa pessoa, Jesus. Entendemos que o homem precisa de um ou mais dia de
descanso, mas isso não significa que tem que ser religiosamente no dia de
sábado.
Quanto ao dia de culto ao Senhor, os cristãos
não tinham um dia específico, sábado ou domingo. Lemos no livro de Atos que
eles cultuavam a Deus todos os dias, sem exceção.
“E, perseverando unânimes todos os dias no
templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração” (At 2.46).
Quanto a guarda do sábado pelos cristãos o
apóstolo Paulo faz as seguintes advertências:
“Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco” (Gl 4.10,11).
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou
pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que
são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16,17).
O argumento de que Paulo ensinou a guarda do
sábado pelo fato de ir à sinagoga
O fato de Paulo ir à sinagoga no dia de
sábado não significa necessariamente que ele estivesse ensinado que os cristãos
devem guardar o sábado. Ele ia à sinagoga no sábado porque era nesse dia que os
judeus se reuniam para o culto na sinagoga. Quando Paulo saia para pregar, o
primeiro lugar que ele procurava era uma sinagoga. E, quando os judeus
rejeitavam sua pregação ele se voltava para os gentios. Sua preocupação com a
salvação dos judeus era tão grande que ele chegou a desejar ser anátema
separado de Cristo se porventura isso pudesse salvá-los (Rm 9.1-3).
Por outro lado, Paulo usou várias estratégias
para conduzir os homens a Cristo. Veja, por exemplo, o que ele disse a esse
respeito:
“E fiz-me como judeu para os judeus, para
ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo
da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei” (I Co 9.20).
Reconsiderando a questão sobre a guarda do
sábado, acho muito curioso que Paulo nada dissesse na assembleia reunida em
Jerusalém para tratar de seu ministério (At 15). Pois foi uma excelente
oportunidade para ele fazer referencia a esse tão “importante” mandamento. É
também muito curioso Paulo não ter feito nenhuma menção sobre a guarda do
sábado em suas cartas doutrinárias para as igrejas gentílicas. Ele não menciona
a guarda do sábado como regra normativa para os cristãos de nenhuma igreja.
Aliás, não foi apenas Paulo que cometeu esse “esquecimento”, mas todos os
apóstolos que escreveram epístolas para os cristãos. Ninguém no Novo Testamento
faz alusão a guarda do sábado como mandamento para os cristãos. Incluímos
também Jesus, pois ele nunca ensinou esse mandamento.
A guarda do sábado foi mudada para domingo
pelo imperador Constantino, por isso quem guarda o domingo esta adorando o deus
sol.
Esse é outro argumento usado pelos
adventistas, dizendo que o imperador Constantino oficializou a guarda do
domingo.
Refutação
Pelo fato de Constantino ter decretado o
domingo como o dia de descanso semanal, não significa que antes disso os
cristãos guardavam o sábado e por ordem do imperador passaram a descansar no
domingo. Pois não há uma só passagem no Novo Testamento que indique que os
cristãos guardavam o sábado. Para eles todo dia era dia de cultuar a Deus.
Por isso reiteramos que Jesus é o nosso
verdadeiro descanso e não o sábado ou o domingo (Mt 11.28-30).
De acordo com os adventistas o domingo é o
dia do “deus sol”, logo quem guarda o domingo está cultuando e adorando o deus
sol.
Essa acusação é infundada e maldosa. Pois a
palavra domingo não significa “dia do sol”. A palavra é originada do latim
“dies dominicus” que significa “dia do Senhor”. Pois foi nesse dia que conforme
relatos bíblicos, o Senhor Jesus ressuscitou “E Jesus tendo ressuscitado na
manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 16.9).
A origem da expressão “dia do Senhor” pode
ser rastreada e identificada por sua associação com o dia da ressurreição de
Cristo. Embora no principio as reuniões diárias dos cristãos fossem feitas
todos os dias (At 2.46), o domingo foi gradualmente se tornando o dia da
adoração ao Senhor (At 20.7; 1 Co 16.2).
O relato de Atos 20.7 mostra que a prática da
Ceia do Senhor era evidentemente uma característica própria da adoração no dia
do Senhor. A coleta também fazia parte das atividades desse dia (1 CO 16.2).
Povos pagãos antigos reverenciavam seus
deuses dedicando este dia ao astro Sol o que originou outras denominações para
este dia, em inglês diz-se Sunday, e no alemão Sonntag, com o significado de
"Dia do Sol". (Wikipedia).
Mas também Povos pagãos antigos reverenciavam
seus deuses, dedicando o dia de Sábado ao deus Saturno, o que originou em
inglês a denominação Saturn's day, posteriormente abreviada para Saturday, e no
holandês Zaterdag, com o significado de "Dia de Saturno". (Wikipedia).
Por isso se alguém traduzir a palavra domingo
do inglês, “dia do sol”, para classificá-lo como o “dia do deus sol” e, assim
justificar uma falsa doutrina, esse alguém se for honesto deve também traduzir
a palavra sábado não apenas do hebraico, mas também do inglês como faz com a
palavra domingo. Pois o sábado em inglês significa literalmente, “dia de
saturno”. Então devemos perguntar: os adventistas por descansarem no sábado
estão adorando ao deus saturno?
É claro que não! Assim como o cristão que
porventura descansar ou cultuar a Deus no domingo não está cultuando o “deus
sol”, também o adventista que descasar no sábado, ainda que não exista
mandamento no Novo Testamento para tal advertência, não estará adorando ou
cultuando o “deus saturno”. E essa mesma regra vale para o cristão que
descansar, adorar ou cultuar a Deus no domingo, ainda que não haja no Novo
Testamento um mandamento para a guarda do domingo. Por isso, se a regra vale
para o cristão, também deve valer para o adventista. Pois não pode haver dois
pesos e duas medidas.
Portanto, se alguém disser que o domingo é o
dia do sol e por isso quem descansa no domingo está adorando ou cultuando ao
deus Sol, deve de igual modo dizer que o sábado é o dia de saturno e quem
descansa no sábado está adorando ou cultuando ao deus Saturno. Visto que
nenhuma dessas afirmações é verdadeira, o correto seria abandonar esse discurso
falacioso e deixar cada um descansar no dia em que melhor lhe convier. Cada um
é livre para escolher, de acordo com a oportunidade, o dia de seu descanso,
como bem pondera o apóstolo Paulo:
“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro
julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria
mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do
dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a
Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus” (Rm
14.5-6).
“Mas
agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais
outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja
trabalhado em vão para convosco” (Gl 4.9-11).
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou
pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que
são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).
Pastor Elias Soares de Moraes
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